Depois de muita incerteza em relação ao reajuste a ser oferecido pela Prefeitura de Guarulhos aos servidores municipais, o prefeito Sebastião Almeida (PT) finalmente ofereceu, ao final de uma reunião que terminou na madrugada de sábado, 6% para a categoria, retroativo a 1º de maio. O índice proposto fica mais de 2% abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses.
A reunião com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap) para discutir a pauta de reivindicações do dissídio coletivo da categoria teve início no final da tarde da última sexta-feira e só terminou por volta da 1h de sábado. Durante o encontro, a Administração Municipal definiu reajuste de 6% a todo o funcionalismo, com data retroativa a 1° de maio de 2015, além do reajuste no vale-refeição dos atuais R$ 396 para R$ 450 por mês.
Segundo informa a Prefeitura, também ficou assegurado o compromisso da administração para que o reajuste de 2016, a partir de maio, tenha como base o Índice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV/Dieese). A proposta do Executivo será encaminhada à Câmara Municipal nesta segunda-feira.
No entanto, a Prefeitura desconsidera neste ano o ICV/Dieese, índice que promete utilizar em 2016, ano de eleições municipais. Se aplicasse esse reajuste agora, os servidores teriam 8,36% de reajuste. Mas o Stap, antes dessa reunião, deixava claro que pretendia aumento real acima da inflação acumulada. Ou seja, o reajuste proposto por Almeida fica muito abaixo do que reivindica a categoria.
Além do ICV/Dieese, outros índices oficiais de inflação estão acima do reajuste proposto pelo prefeito. O IPCA no período é de 8,17%; o INPC é de 8,34%, enquanto o IPC-Fipe, o mais baixo de todos, é de 7,21%.
Os servidores decretaram em ato realizado na noite da última quinta-feira estado de greve, já que até aquele momento não tinham qualquer sinalização da municipalidade em relação ao reajuste. Nesta terça-feira, uma nova assembleia irá ocorrer na praça Getulio Vargas, no Centro, a partir das 16h, para decidir se os servidores aceitarão o índice abaixo da inflação proposto por Almeida ou se entrarão em greve.
