A falta de estruturas de lazer e entretenimento nos bairros periféricos, a precariedade da iluminação pública em diversos locais da cidade e o efetivo reduzido da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal (GCM) formaram o eixo central da discussão sobre segurança pública, na audiência realizada pela Câmara de Guarulhos nesta quarta-feira (2).
Sob o comando da Comissão Técnica de Segurança Pública, cujos integrantes são os vereadores Geraldo Celestino (PSDB), Elmer Japonês (PSC) e Claudilson Pezão (PT), a audiência reuniu integrantes de seis Conselhos Comunitários de Segurança, os Conseg’s, o comando das Polícias Militar, Civil e da Guarda, que discutiram vários aspectos do tema.
A realização do “Pancadão” que se configura, ao mesmo tempo, em tormento para a comunidade e entretenimento para jovens que não têm outras opções de lazer, a “Feira do Rolo”, atos de vandalismo em equipamentos públicos foram apontados pelos integrantes de alguns conselhos de segurança como um dos problemas a serem resolvidos.
Tais problemas se complicam em função da ausência das forças policiais nas áreas periféricas do município. “É senso comum que não existe Guarda Civil Municipal na periferia”, declarou Alexandre Almada Dantas, do Conseg Nordeste que abrange os bairros de Bonsucesso, Maria Dirce e Adjacências.
O comandante da Guarda Civil Municipal, Luiz Carlos Barreto, ponderou sobre a falta de efetivo para dar conta da cidade, seja pela sua extensão territorial, pelo contingente populacional ou pela quantidade de equipamentos públicos que necessitam da presença de guardas. “Gostaríamos de ter guardas em todas as escolas, unidades saúde, hospitais, enfim, mas tão temos pessoas suficientes”, declarou.
O coronel PM Érico Hammerschimidt, comandante do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPAM-7) afirmou que não faltam recursos, viaturas e estrutura para a Polícia Militar. “Temos falta de efetivo e só acredito que possamos resolver isso quando Guarulhos tiver uma Escola de Formação de Soldados”, afirmou. Sobre o “Pancadão”, Hammerschimidt declarou: “Não adianta proibir é um movimento social. Não resolveremos com repressão é preciso criar espaços de lazer para os jovens”, disse.
O vereador Geraldo Celestino considerou a audiência bem sucedida e disse que vai cobrar a Secretaria de Obras na questão da iluminação pública, bem como a de Cultura na criação de espaços de lazer na periferia. “A audiência foi excelente, tivemos a participação de representantes da sociedade e das polícias. Vamos encaminhar algumas ações que surgiram aqui”, disse. Celestino marcou uma nova reunião no dia 17 deste mês para discutir a ampliação do número de conselhos comunitários de segurança na cidade.