Que a situação financeira da administração municipal de Guarulhos não é das melhores, não é novidade. Mas o que está ruim ainda pode piorar. De acordo com o secretário de Finanças, André Castro, a cidade já está com o sinal de alerta ligado e sua dívida representa 90% do orçamento deste ano impulsionado pela inadimplência do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), que ultrapassa a casa dos R$ 2 bilhões com a Sabesp.
Apesar do cenário crítico, principalmente por problemas relacionados a quitação de débito com fornecedores e até folha de pagamento, Castro afirmou que o endividamento do município sem computar o débito do SAAE, estaria em um nível considerado normal. Ou seja, o déficit do governo do prefeito Sebastião Almeida (PT), que fechou 2014 devendo mais de R$ 700 milhões, hoje, seria de R$ 1,3 bilhão. Um aumento de quase 80% neste ano.
“As outras dívidas são de operações de crédito com BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) e Banco Mundial. São operações positivas e estão amarradas em projetos de investimentos. O nosso endividamento é baixo. Se não tivesse esses precatórios era ter dividas voltadas para o investimento, porque o nosso nível está abaixo do limite”, declarou o secretário de Finança, André Castro, em audiência pública na Câmara Municipal.
André atribuiu a desconfortável situação econômica que atravessa a cidade ao imbróglio que envolve a discussão de valores devidos pelo SAAE a Sabesp, que negativou a autarquia municipal junto ao Cadin (Cadastro Estadual de Inadimplentes). Entretanto, a dívida total da municipalidade é quase o valor do Orçamento aprovado de R$ 4 bilhões para este ano.
“Boa parte dela é originário de precatórios do SAAE. Então, isso é absolutamente e perfeitamente controlável, é uma questão de Justiça, que a gente tenta derrubar. Não foi à toa que outros municípios entraram no CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra a Sabesp, que um crescimento quase autônomo”, concluiu o gestor financeiro da cidade.