Em uma situação um tanto quanto inusitada une defensores da base governista do prefeito Sebastião Almeida (PT) e os oposicionistas às práticas do petista chefe do Poder Executivo. Ambos demonstram estar descontentes com a gestão do vereador Professor Jesus (PDT), que ocupa a presidência da Câmara Municipal. Eles classificam como imprevisível o que pode acontecer em relação à condução do processo de cassação de Almeida aceito pelo pedetista na última segunda-feira, 14.
Conforme prega a Lei Orgânica do Município, o mandatário do Poder Legislativo, a partir deste momento, tem a obrigação de oficializar o aceite para que possa ser formada a Comissão Especial, já nesta quinta-feira, 17, para iniciar os trabalhos legislativos voltados para esta finalidade. Depois de composta, a mesma terá dez dias para analisar as fundamentações do pedido realizado pelo presidente do Solidariedade (SD), Maurício Siqueira, e divulgar o seu parecer para ser votada em plenário.
“O presidente não sabe o que quer e está perdidinho. Está igual cego em tiroteio. Está difícil. Ele não tem nenhuma capacidade para ser presidente da Câmara. Com a situação em que se encontra a Câmara Municipal, tudo é imprevisível e se tivéssemos um presidente com firmeza a gente saberia como seria a condução, mas não dá para fazer uma previsão por conta da atitude do presidente”, criticou o vereador Geraldo Celestino (PSDB).
Para que a comissão tenha o seu curso, ela precisa da aprovação de 20 dos 34 parlamentares que compõe a atual legislatura. No entanto, os petistas irão defender a tese de que as contas dos exercícios anteriores do prefeito Sebastião Almeida rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) foram devidamente aprovadas pela Câmara Municipal, inclusive com o aval do atual mandatário da Casa de Leis.
“Independente de qualquer coisa é uma desmoralização para a Câmara e não para o prefeito. O pedido se baseia principalmente na reprovação de contas que a Câmara já aprovou, inclusive com o voto dele. Não tem o menor sentido a Câmara, que é a estância legal para aprovar ou não as contas do prefeito, aprovar e aí vem um cara que não tem nada a ver com a Câmara que vai à tribuna e o presidente aceita”, explicou o vereador e líder do governo, Samuel Vasconcelos (PT).
Desde a última segunda-feira, 14, a reportagem tenta contato com o vereador e presidente da Câmara Municipal de Guarulhos, Professor Jesus, via telefone, porém, ele não atendeu nenhuma das ligações para comentar sobre o aceite do pedido de cassação do prefeito Sebastião Almeida e também das constantes críticas realizadas pelos demais parlamentares sobre a sua forma de conduzir a Casa de Leis.
