Avaliar o chefe pode parecer um tanto quanto constrangedor, mas essa questão para os vereadores integrantes da Câmara Municipal de Guarulhos é tratada com naturalidade. O GuarulhosWeb ouviu na sessão parlamentar da quinta-feira, 17, 31 dos 34 parlamentares, sobre o que pensam da gestão do presidente da Casa de Leis, o vereador Professor Jesus (PDT). Três não estavam presentes.
Quase a metade dos 31 – 46% – disse ao GuarulhosWeb que reprova a forma que o presidente do Poder Legislativo gere os trabalhos. Eles justificaram as respostas por entenderem que Jesus não possui capacidade ou não tem competência para ocupar a função. Outros preferiram apontar a falta de experiência do parlamentar no cenário político, já que participa pela primeira vez de uma legislatura.
Entretanto, a lista de justificativas para a rejeição do comandante da Casa não para por aí. Parlamentares citaram a falta de comando das ações realizadas na Câmara, de dialogo com os demais vereadores, de transparência nos atos realizados por ele, de comprometimento, ausência de propostas para trabalho em coletividade, comportamento indesejado em momentos tensos e sem comando.
Mas nem tudo são espinhos. Apesar do alto índice de rejeição, Professor Jesus, que assumiu a presidência da Câmara no final de 2014 após vencer o petista Marcelo Seminaldo nas eleições da Casa, obteve a aprovação de 12% de seus colegas. O fato mais curioso é que estes não conseguiram destacar qualquer fator que pudesse justificar a opção, apenas limitaram-se a dizer que aprovam.
Outro dado relevante está atrelado aos integrantes da Mesa Diretora composta por sete integrantes. Com exceção do próprio mandatário, 57% não gostam da maneira como o gestor do Poder Legislativo conduz ou administra. O levantamento também revelou que 21% dos vereadores preferiram não opinar sobre a administração do pedetista, 9% estiveram ausentes, outros 9% aprovam com ressalvas e 3% classificam como regular.
Ouvido pelo GuarulhosWeb, Jesus alegou que a reprovação de seu mandato se deve ao imediatismo esperado por seus colegas em situações distintas, além de entender que esta condição é fruto do processo eleitoral a ser realizado em outubro. Vaidade e egoísmo também foram aspectos destacados pelo agora representante do DEM (ele deixou o PDT nesta semana) pela má avaliação.
“Eu percebo que as pessoas são muito imediatistas e só pensam em si. Querem ver o seu lado. As pessoas muitas vezes usam a democracia, mas somente para o seu lado. Como é um ano político, as pessoas querem fazer palanque aqui. Tem alguns vereadores que gostam de ver pessoas e se empolgam para se sentir o máximo. Aqui ninguém é massa de manobra”, declarou Professor Jesus.
Responsável por aceitar a denúncia para a cassação do mandato do prefeito Sebastião Almeida (PT), realizada pelo presidente do Solidariedade (SD), Maurício Siqueira, Jesus oficializou na quinta-feira, 17, a abertura da Comissão Especial processante que terá conhecida a sua composição na sessão parlamentar do próximo dia 29.​
