Reportagem publicada no final deste sábado no site da Folha de S.Paulo mostra que a dívida de R$ 1,1 bilhão deixada pela administração do PT em Guarulhos, nas mãos de Sebastião Almeida desde 2009 e na de Elói Pietá nos oito anos anteriores, deve ser o principal desafio do próximo prefeito de Guarulhos.
Abaixo o GuarulhosWeb reproduz na íntegra o texto do jornal de São Paulo, em reportagem assinada por Thalita Monte Santo, da Agência Mural.
Com dívida de R$ 1,1 bilhão, falta de luz e de água, a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, poderá ser administrada por um paulistano a partir de 2017.
Eli Corrêa Filho (DEM), 40, está bem cotado nas pesquisas locais, mas é questionado por ter nascido na capital e transferido seu título para Guarulhos às vésperas da eleição. Deputado federal desde 2011, ele ficou conhecido ao participar dos programas de rádio de seu pai, Eli Corrêa, 64, âncora de rádio.
Outros nomes em destaque são Carlos Roberto (PSDB), 61, Guti (PSB), 32, e Elói Pietá (PT), 72, que governou a cidade entre 2001 e 2008 e deu início ao domínio de 16 anos petistas na cidade.
Guarulhos enfrenta problemas graves de caixa. A dívida da cidade atualmente é de R$ 1.094 bilhão. Indústrias que tinham peso importante na arrecadação, como a automotiva Random, fecharam ou deixaram a cidade e também geraram desemprego.
A cidade perdeu 8.983 vagas formais entre janeiro e julho, de acordo com o Ministério do Trabalho.
Com a falta de recursos, a prefeitura não renovou o contrato de iluminação pública e passou a cuidar ela mesma do serviço. Enquanto é feita a transição, vários pontos na cidade ficaram no escuro.
Já a distribuição de água, feita por uma autarquia municipal, mantém rodízio de um dia com água e dois sem em alguns bairros, como Cabuçu, Jardim Palmira e Jardim Presidente Dutra.
A prefeitura diz que a cidade precisa de 4.600 litros por segundo, mas que não recebe o suficiente da Sabesp.
A estatal fornece cerca de 3.500 litros por segundo, o equivalente a 229 litros por pessoa por dia, e diz que o rodízio se deve a falhas de gerenciamento municipal.
Em junho, professores fizeram greve por atraso no recebimento de gratificações.
Ainda há três CEUs (Centros de Educação Unificados) inacabados. "A prefeitura assumiu o compromisso de pagar em junho, mas não fez isso", conta uma professora que pediu anonimato. Para os candidatos, retomar as obras é tido como prioridade.
Embora seja a segunda maior cidade do Estado, Guarulhos não conta com transporte sobre trilhos. A linha 13-jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, controlada pelo Estado), prometida para a Copa de 2014, segue em obras e deve ser entregue em 2018.
Enquanto o trem não chega, os moradores dependem de ônibus e vans para ir a cidades vizinhas.
A dificuldade existe até para abastecer o bilhete único local, serviço disponível em poucos endereços.