A distribuição de um panfleto assinado pelo PT de Guarulhos e a veiculação de uma pesquisa realizada pelo Ibope pelo jornal Folha Metropolitana, neste sábado, levou o candidato a prefeito pelo DEM, deputado federal Eli Correa Filho, a gravar um vídeo onde ele pede a militância que realize “uma força tarefa nas ruas”. Ele pede que os materiais sejam retirados das ruas para que informações que considera mentirosas possam atrapalhar a reta final de sua campanha.
Ainda no sábado pela manhã, tanto o jornal Folha Metropolitana como o panfleto assinado pelo PT foram recolhidos das ruas, em diferentes pontos. Assessores do candidato Guti (PSB) e ele próprio, em outro vídeo divulgado nas redes sociais, acusaram a militância de Eli de promover os ataques, inclusive com a identificação de veículos utilizados nas ações como pertencentes a simpatizantes da candidatura democrata. Um Boletim de Ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial de Guarulhos.
Neste domingo, à tarde, o juiz eleitoral Ivan Nagamori de Souza concedeu limininar em favor de Eli contra a coligação Guarulhos Melhor, PT e Eloi Pieta, determinando “a imediata suspensão da veiculação do panfleto , além de mandado de busca e apreensão, a ser cumprido na sede do Diretório Municipal do PT de Guarulhos, da gráfica, bem como nos comitês eleitorais do candidato, com apreensão de todo o material que reproduza a propaganda”.
O GuarulhosWeb realizou uma entrevista com Eli Correa Filho, neste domingo, cujas perguntas e respostas seguem na íntegra:
– Candidato, ao fazer uma declaração pública para sua militância recolher das ruas um panfleto e um jornal da cidade, o senhor, que é um deputado federal, não estaria incitando atos de violência, já que os receptores da mensagem podem entender que a "força tarefa" pudesse conter inclusive ações violentas, como aquelas que foram flagradas em vídeos divulgados nas redes soci
O vídeo não incita a violência de forma alguma. O vídeo teve como objetivo apenas pedir à militância que atue com argumentos contra o material eleitoral irregular distribuído pelo PT. As minhas palavras foram distorcidas pelo candidato Guti, que, aliás, responderá judicialmente pelos ataques que me fez. O vídeo teve também como objetivo pedir às lideranças que pudessem, didaticamente, explicar as intenções de votos divulgados por jornal.
– Não seria mais correto procurado os meios legais, junto a Justiça Eleitoral, para inibir a divulgação de informações que o senhor considerou falsas?
A medida judicial já foi apresentada à Justiça Eleitoral. O PT não pode, a duas semanas da eleição, distribuir um material de campanha sujo com o único intuito de prejudicar a minha imagem e, ainda por cima, exigir correção. Ora, quem é o PT para exigir correção de alguém?
– O pedido para que se recolhesse um jornal com 45 anos de história em Guarulhos não configura o cerceamento à liberdade de imprensa?
Em primeiro lugar, não houve pedido para recolher a Folha Metropolitana de circulação. Isso é uma deturpação das minhas palavras que foi criada pelo candidato Guti. Respeito a história da Folha Metropolitana, mas o jornal errou neste caso. Colocar na capa em primeiro, da esquerda para a direita, o candidato que está em terceiro lugar nas pesquisas é, no mínimo, confundir o leitor. Quem olha a primeira página da edição de sábado acha que Guti está em primeiro colocado, o que é um erro absurdo.
– O senhor se arrepende das declarações feitas neste sábado em vídeo?
Houve uma completa distorção do conteúdo do vídeo. Quem deveria se arrepender do que disse foi Guti. Ele, sim, está incitando a violência pela cidade ao distorcer as minhas palavras.
Confira abaixo o vídeo divulgado por Eli Correa Filho: