O vereador do PT e ex-secretário de Cultura, Edmilson Souza, saiu em defesa do grupo que se autodenomina "Estudantes Revolucionários” e que invadiu o plenário da Câmara Municipal na última quinta-feira, ocupando o espaço desde então com a anuência do presidente da Casa, Professor Jesus (DEM), que não adotou qualquer medida para reverter o caso.
Com a invasão, a Câmara não consegue realizar integralmente suas atividades, como o debate deste 2º turno das eleições entre os candidatos Guti (PSB) e Eli Corrêa Filho (DEM), que foi cancelado, assim como a sessão parlamentar desta terça-feira, 25. “Se é uma luta que visa garantir mais recursos para a Educação, acho que ela é legítima. Nós vamos cometer um erro que é alegar que os estudantes não podem ficar aqui porque nós queremos realizar sessões, a não ser que haja um grande pacto entre todos os vereadores para que realmente tenha as sessões, e não é que tem parecido”, declarou o vereador petista.
Ele utilizou como argumento maior para justificar a invasão dos “Estudantes Revolucionários”, que já dura sete dias, o alto índice de sessões parlamentares encerradas ou nem iniciadas por número insuficiente de parlamentares no plenário. De acordo com o parlamentar, uma nova solução precisa ser encontrada para que haja a devolução do espaço público.
“Nós estamos em uma situação muito difícil por que a Câmara não dá quórum há várias sessões. A Câmara está esvaziada faz muito tempo e não delibera e não discute nenhum projeto. Como nós podemos exigir a desocupação com este argumento, o de que precisamos do plenário para poder fazer sessões e não acho que é o melhor argumento”, explicou Edmilson Souza.
Em contrapartida, o vereador reeleito afirmou que este modelo de protesto é uma tônica em todo País, além de ressaltar que o propósito desta ação é o de chamar à atenção da sociedade pelos possíveis riscos que podem acarretar a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Parlamentar) 241 e a MP (Medida Provisória) 276, que tem como finalidade reduzir custos do Governo Federal em áreas como Saúde e Educação. A PEC já foi aprovada em segunda discussão pelos deputados federais na noite desta terça-feira e agora segue para o Senado, onde também deverá ser ratificada.
“Eu acho que existe um processo em todo Brasil de luta pra que não tenha a retirada de recursos da Saúde e da Educação. Então, são várias escolas que tem esse movimento, inclusive, universidades. Essa ocupação de estudantes e professores tem como objetivo chamar à atenção da sociedade em relação a PEC 241, que vai tirar dinheiro da Educação”, concluiu.