O pagamento extra a 80 servidores da Câmara Municipal de Guarulhos no mês de janeiro levou a 57ª Subseção de Guarulhos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a abrir um expediente interno para obter informações do Legislativo local. Um documento com pedido de informações foi protocolado na Presidência da Casa no final de fevereiro.
A Comissão de Fiscalização de Contas de Obras e Contas Públicas da (CFOCP), presidida pelo advogado João Calil Abrão Mustafá Assem, obteve a lista completa de todos pagamentos efetivamente realizados pelo Departamento de Recursos Humanos do Poder Legislativo, a título de salários, gratificações e outras verbas aos funcionários estatutários e comissionados realizados em janeiro. Segundo ele, foi constatado “aparente excesso no pagamento a pelo menos 80 servidores”.
Calil explicou que a comissão oficiou o presidente da Câmara, Eduardo Soltur, para que ele “explique porque se efetivaram estes aparentes e elevados pagamentos de verbas salariais, de gratificações e outras verbas, e também saber quais medidas já foram eventual e efetivamente adotadas para ressarcir os combalidos cofres da Câmara Municipal de Guarulhos”, disse. O GuarulhosWeb teve acesso a lista que traz pagamentos a mais a 80 servidores que variam entre R$ 4 mil e R$ 145 mil.
O documento da OAB cita reportagens da Rede Globo e do GuarulhosWeb , divulgadas em 16 de fevereiro. Porém, antes disso, o jornal Folha Metropolitana também publicou reportagem sobre o mesmo tema.
Reportagem exibida pelo jornal SPTV 2ª Edição, da TV Globo, naquele dia, mostrou que cerca de 40 servidores da Câmara Municipal de Guarulhos receberam verbas muito acima do que os salários referentes ao mês de janeiro. Com a repercussão negativa do caso e diante da crise financeira que passa o município, o Legislativo teria determinado que o dinheiro seja devolvido, mas em parcelas mensais, que podem levar até 18 anos e meio para serem quitadas.
Segundo a reportagem que teve acesso ao Portal do Servidor do Legislativo, que mostra os valores pagos, há casos em que o funcionário levou para casa 22 vezes mais que o salário base de uma só vez neste mês de janeiro.