O empresário Ricardo Nunes de Souza, sócio e administrador da WR Serviços e Logística Ltda, protocolou denúncia contra o vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) nesta quinta-feira, 12/04, na Câmara Municipal. É a segunda acusação que ele sofre no Legislativo. A primeira motivou a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), que está em andamento, para investigar áudios nos quais Zeitune conversa com outros dois interlocutores supostamente a respeito de financiamento de campanhas eleitorais.
Na denúncia feita nesta quinta, o empresário acusa Zeitune, quando de sua gestão na Secel (Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer), de cancelar contrato firmado através de licitação com a WR e designar deliberadamente a transportadora Braspress para executar os serviços previstos (entrega de kits e uniformes escolares às escolas da Prefeitura de Guarulhos). Zeitune rompeu com o governo municipal em setembro de 2017, quando foi afastado do comando da Secel.
Procurado pelo GuarulhosWeb, o vice-prefeito confirmou o cancelamento do contrato e afirmou ter sido parte de um pacote de economias feitas na época. “Este não foi o único. Na época, cortei outros também, milionários, para cumprir nossa meta de economizar dinheiro público e destinar efetivamente à educação. Essa economia faz parte dos R$ 120 milhões que conseguimos reverter para programas da Secel”, explicou Zeitune. Segundo o vice-prefeito, a Braspress realizou o serviço de forma gratuita. “Foi um transporte solidário. A Braspress não tem nenhum contrato com a Prefeitura. Foi uma ação solidária da empresa”.
Segundo o empresário, em novembro de 2016, ainda sob a gestão da antiga administração, a WR venceu o certame para contratação de empresa de logística e assinou o contrato nº 40101/2016. Ainda de acordo com Nunes, em janeiro e fevereiro de 2017, já sob a atual administração, a WR fez a entrega de kits escolares. Em março, a empresa teria deixado de retirar uniformes escolares em um armazém. Nunes alega ter sido impedido pelos funcionários do local e diz que isso teria motivado o cancelamento do contrato por parte de Zeitune.
“Eu cortei contratos milionários que ele [Ricardo Nunes] tinha. Ele me perseguia muito na internet e eu cheguei a fazer uma queixa-crime contra ele em novembro”, afirmou Zeitune, que disse ter estranhado a denúncia ter sido apresentada na Câmara. “É bastante estranho isso. Por que ele não representou na Corregedoria? Ou no Ministério Público? Assim que eu for comunicado oficialmente eu mesmo vou levar ao MP”, concluiu.