Afastado do cargo de deputado federal desde 12 de dezembro do ano passado, após pedir duas licenças, uma médica de sete dias e outra para assuntos particulares por 120 dias, Eli Correa Filho (DEM) informou em janeiro ao GuarulhosWeb, por meio de seu advogado, que iria retornar à Casa na volta do recesso parlamentar, em 1 de fevereiro. Desta forma, Miguel Haddad, do PSDB, que assumiu o mandato em seu lugar, perderia a cadeira em que deveria ficar até abril. No entanto, até o momento ele não fez o pedido oficial à Mesa Diretora.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo publicou na época de sua licença, Eli deixou a Câmara a mando do governador João Dória Filho (PSDB), que precisava de nomes de seu partido na disputa da liderança do partido na Casa de Leis. A manobra não deu certo para Dória, já que dias depois, Beto Pereira (PSDB-MS) perdeu a disputa na legenda para Celso Sabino (PA), apoiado por Aécio Neves, e conquistou a posição na Câmara Federal.
Antes da votação na Câmara Federal, o site O Antagonista chegou a citar que a manobra foi “coisa de moleque”. A publicação trouxe que “a turma de Doria não se deu por vencida. Para tentar reverter o que parece uma derrota irremediável, convenceu Eli Correa Jr., do DEM, a ceder o lugar para o suplente, o tucano Miguel Haddad, para que ele vote em Beto Pereira. Como a licença padrão de 120 dias do titular do mandato não dá direito a que o suplente tome o seu lugar, Eli Correa Jr. “adoeceu”. Ele conseguiu um atestado médico para acrescentar mais 7 dias à licença, o que permitirá a Haddad assumir e votar no candidato de Doria. De posse do atestado, o deputado do DEM correu para entregá-lo ao Departamento Médico da Câmara”.
Eli acabou não sendo contemplado com uma Secretaria no Estado, que seria a moeda de troca concedida por Dória, segundo divulgou o jornal Folha de S.Paulo. No comando de uma pasta, ele abriria mão inclusive de ser novamente candidato a prefeito de Guarulhos, a exemplo de 2016 quando perdeu para o atual chefe do Executivo Guti no primeiro e segundo turnos, em favor de apoiar um nome do PSDB.
Durante os dias em que permaneceu em licença médica, segundo seu advogado, Eli se afastou até de seu programa na rádio Capital de São Paulo. Posteriormente, viajou para o exterior em férias com a mulher e filhas. Ainda segundo sua assessoria, Eli irá adiantar seu retorno à Câmara, seguindo uma manobra legal, interrompendo sua licença, chamada de Afastamento Conjunto Consecutivo, a partir de um requerimento que encaminharia à Mesa Diretora. Nesta semana, o advogado se limitou a responder ao GuarulhosWeb que informaria quando o deputado voltar a exercer o mandato para o qual foi eleito.