Em justa atenção ao convite da gentil professora Nelly Martins Ferreira Candeias, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, no dia 18 de maio eu fui à sede da organização localizada nas imediações da Praça da Sé, centro de São Paulo. O prédio de sete andares, inaugurado em 1954, abriga harmoniosamente décadas de cultura, heroísmo, reconhecimento e memória paulistana. Com 120 anos de existência, o Instituto possui, por exemplo, o maior acervo de livros sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.
Na feliz ocasião, Nelly e o vice-presidente José Carlos de Barros Lima colocaram-me a par da existência do Conselho da Cultura da Paz, criado no início de 2014; o objetivo principal é o de promover a não-violência nos conflitos de natureza social e cultural. As Nações Unidas norteiam esse trabalho, desenvolvido com extremo amor fraternal por mentes brilhantes e corações nobres. Encantou-me cada segundo das duas horas que permaneci no local.
Em absoluto contraste com essa microrrealidade, deparei com centenas de pessoas nas estações do metrô correndo de um lado para o outro, ‘atropelando’ as catracas e perseguindo alguma meta individual – sempre contra o relógio. O que cada um estaria pensando naquele momento? Seria possível encontrar a paz naquele ambiente de desenfreada busca pelo imediato? Onde nasce a paz?
De tempos a esta parte, eu pratico a audição ativa e presto mais atenção ao mundo que me cerca. As gerações passadas, as futuras e a atual tiveram, terão e têm a paz como senso comum de uma vida coletivamente possível. Mas a paz parece estar sempre longe, utópica, inatingível. Essa verdadeira ciência, a paciência, representa o nascedouro da Paz Mundial. O planeta pode estar superaquecido em seus ânimos – como, aliás, sempre esteve -, mas ainda restará esperança à humanidade caso cada um de nós ao menos busque a Paz Interior… Não existe tesouro mais valioso.