Convidado por dois novos amigos para fraterno almoço em São Miguel Paulista, no sábado, dia 25, eu tive a oportunidade de caminhar com eles por cerca de 800 metros, visitando o completo e bem organizado comércio do bairro. Foi maravilhoso conversar por cerca de 90 minutos com os profissionais que fazem do sorriso e do bem-servir a sua filosofia de vida.
No dia seguinte, após visitar a Casa Perseverança, no Jardim Anália Franco, eu e a família nos dirigimos ao Paraíso – o bairro. Nós ficamos ao lado da tia Maria, que reside em famoso logradouro, e a seguir eu fui caminhar de mãos dadas com a minha eterna namorada na mais paulista das avenidas da capital.
Se na véspera eu percorri ruas que exalavam ares do comércio, agora eu estava diante de prédios, pessoas e símbolos que traduziam história e, principalmente, rica cultura. O olhar foi muito diferente das ocasiões anteriores em que percorri a Paulista – sempre envolvido emocionalmente com compromissos profissionais.
Nós conhecemos a Casa das Rosas, onde pudemos nos sentar em cadeiras confortáveis na sacada do prédio, e observamos gigantesca gravura em cores vibrantes com o rosto do arquiteto Oscar Niemayer. Mas o destaque ficou por conta da mostra sobre o cantor e compositor Elomar Figueira Mello (1937).
Atendido pelo monitor-jornalista Leandro, eu utilizei um fone de ouvido para escutar mensagem de Elomar acerca de precioso bem: “O tempo dos homens, o cronológico, é medido de segundo em segundo; o Tempo de Deus é contado de eternidade em eternidade”.
Nesse dia, de fato, o tempo transcorreu de forma diferente. O almoço, às 16h, destoou da rotina que me absorve sem oferecer justa contrapartida. Naquele domingo na Paulista – com lenço e com documento, mas sem celular – eu não quis ver ou sentir o tempo passar.
E o cantor anônimo, com voz idêntica à de Caetano Veloso, ofereceu o toque do mestre Cartola para aquele doce fim de tarde: “Bate outra vez, com esperanças o meu coração… As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubam de ti.”