Para o empreendedor que vive em busca de algo que o destaque da concorrência (principalmente nos dias atuais de crise e recessão), explorar um nicho de mercado pode ser uma boa pedida.
Mas o que é exatamente um nicho? É um mercado dentro do mercado, formado por uma clientela com características – geográficas, demográficas, sociológicas, etárias, etc. – e desejos semelhantes e que quer produtos ou serviços muito específicos. Essa parcela de consumidores não é atendida pelas grandes empresas, que não se sentem atraídas para trabalhar em escalas menores.
Para entender melhor, consideremos o segmento de roupas e acessórios esportivos. Dentro dele temos os artigos para futebol e como nicho, os varejistas que vendem camisas retrô de times.
Segundo o professor norte-americano especializado em marketing, Philip Kotler, os consumidores de nicho estão dispostos a pagar mais por algo que os satisfaça.
Tal cliente é exigente, especializado no assunto de seu interesse e espera atendimento no mesmo nível. Essas pessoas fazem suas escolhas baseadas em valores e estilos e não em preços, portanto, oferecer-lhes tratamento de qualidade é primordial.
Quem entra nesse ramo tem de estar ciente de que lidará com número reduzido de consumidores, porém é um negócio que projeta boa lucratividade. Nesse contexto, a internet aparece como grande facilitadora. O e-commerce permite alcançar o público-alvo independentemente da distância física, amenizando as limitações. No entanto, vale aqui o cuidado básico para qualquer comércio digital: será que seu cliente está na internet? Será que o produto em questão se encaixa no mundo das compras virtuais?
Não é recomendável investir apenas pela perspectiva de ganho financeiro. É necessário ter afinidade e dominar o tema, condições estratégicas para o relacionamento com seu público. Também é importante identificar se realmente há potencial de crescimento, se há concorrência e como ela está.
O empreendedor é antes de mais nada um caçador de oportunidades e seu poder de observação possibilitará identificar quando elas surgem, às vezes no nicho de mercado.
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP