A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,8% em novembro em relação a outubro, para 120,6 pontos, informou nesta quinta-feira, 13, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador referente ao momento para aquisição de bens duráveis teve queda de 3,0% no período, atingindo o menor patamar de toda a série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2010.
“Um novo patamar de taxa de câmbio, aliado à taxa de juros para o consumidor, vem atingindo os maiores níveis desde 2011, o que gera encarecimento de empréstimos e diminuição na disposição para aquisição de duráveis”, explicou o economista da CNC Bruno Fernandes, em nota. Para ele, a elevação da inflação oficial afetou consideravelmente o orçamento das famílias.
As famílias com renda superior a dez salários mínimos foram as que mais reduziram a intenção de compras de bens duráveis. Em novembro, houve queda de 3,5% ante outubro. Já entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, o recuo foi de 2,9% neste quesito.
O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo (o que inclui, entre outros itens, os bens duráveis), acrescentou a CNC. O item Acesso ao Crédito da ICF apresentou queda de 0,6% em novembro ante outubro, também para o menor nível da série histórica.
O único item de um total de sete que melhorou neste mês foi a perspectiva profissional (+0,8%). Segundo a entidade, a maior parte das famílias (56,0%) considera positivo o cenário para os próximos seis meses.
Em relação a novembro de 2013, a intenção de consumo das famílias cedeu 6,1%. Nesta comparação, todos os quesitos apresentaram piora, com destaque para o momento para duráveis (-15,4%) e compra a prazo/acesso a crédito (-7,6%).