Cidades

Quem vai sobrar?

A cada delação premiada que se torna pública na Operação Lava Jato, políticos dos mais diferentes partidos e empresários, que de uma forma ou outra se beneficiaram do poder, tremem. Basta um vazamento sobre os depoimentos, para a nação tremer. E é gente envolvida dos mais diferentes partidos. São tantos que não vale a pena nem citar as siglas. Mas isso só confirma o que nós estamos batendo há muito tempo. Os partidos são feitos por pessoas, que têm seus interesses pessoais que, na maior parte das vezes, prevalecem sobre o interesse público. 
 
Por tudo isso, há tanta desconfiança em relação à política partidária. Fala-se tanto que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa deixar o cargo, seja por impeachment, renúncia ou afastamento pela Justiça, mas ninguém sabe precisar com certeza se isso seria melhor ou pior para o país. Um dos piores argumentos de quem defende sua permanência no cargo é a desqualificação de quem pode assumir seu lugar. Michel Temer, do PMDB? “Seria o mesmo que entregar a chave do galinheiro para a raposa”, dizem. 
 
Aí outros falam que a Oposição não tem competência para administrar o país, que é tudo farinha do mesmo saco. Ou seja, por esse pensamento, é melhor deixar alguém sem competência do que arriscar colocar outro que pode ser ainda pior. Onde chegamos? O Brasil passa por uma das piores crises econômicas e políticas de sua história e não aparece ninguém com uma solução. Isso porque não existem saídas mágicas. Diante do “pior que está pode ficar”, vamos afundando na lama. 
 
Que ninguém imagine que o Brasil irá sair desta situação sem se machucar. A crise afeta nosso dia-a-dia diretamente. O desemprego aumenta, o consumo diminui, a qualidade de vida só piora. Precisaremos de muito tempo para resgatar esse tempo que parece perdido e que não volta mais. Que, pelo menos, a gente saiba aprender com os erros a passar a acertar, seja por meio de nossas ações políticas ou mesmo por meio do voto, na hora de irmos para as urnas escolher as pessoas certas para os lugares certos, sob o risco de – daqui a algum tempo – não sobrar mais ninguém. Fica aqui mais essa reflexão. 
 

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