Cidades

Coxinhas ou mortadelas

Com a aproximação do prazo final para filiações partidárias de quem pretende disputar as eleições para prefeito ou vereador em 2016 bastante próximo, crescem as especulações, traições, viradas de jogo e até de casaca. Quem quiser estar apto a tentar um cargo eletivo em 5 de outubro do ano que vem precisa escolher agora o partido que irá para a disputa. Ou seja, precisa estar filiado um ano antes. 
 
Desta forma, este mês de setembro é um período de definições partidárias. É o tempo de saber quem vai com quem e, principalmente, quem não vai com quem. Não a toa, o líder do Governo na Câmara Municipal, vereador Samuel Vasconcelos (PT), usou a Tribuna da Câmara na última terça-feira para, em um tom de deboche, dizer que tem muita gente abandonando o barco. Ele se referia a pessoas que, durante os últimos anos, surfaram na onda dos quatro mandatos petistas, mas que podem mudar de lado na última hora. 
 
Aliás, essa é uma velha prática. Muita gente até muda de lado no período eleitoral, apoiando candidatos que não rezam a cartilha do poder, mas logo que as urnas são abertas voltam a seus velhos ninhos a fim de gozar das benesses da administração pública. Isso é o que mais se vê por aí. Talvez esse seja um dos maiores males da política partidária. Pessoas que deixam de lado aquilo que acreditam em troca de um cargo ou algum benefício pessoal. Porém, como todos são adultos, provavelmente sabem onde seus calos apertam. Assim, suas escolhas devem ser respeitadas. 
 
O problema são aqueles que não aprendem com os erros e – vira e mexe – repetem as mesmas práticas, deixando-se levar para o lado para onde o vento leva. Esses não têm moral e se perdem em suas práticas. Muitos desses, inclusive, já vem sendo rejeitados pelos eleitores que conseguem perceber a falta de caráter e compromisso desses tipos de políticos. 
 
Por essas e outras que vivo repetindo. Muito mais importantes que os partidos são as pessoas. Estar numa sigla ou em outra pouco pode significar se o possível candidato não tiver o discernimento necessário para saber o que quer e que bandeiras irá defender.  Aqueles que dormem como coxinhas, mas acordam como mortadelas, correm o sério risco de serem devorados bem antes da hora do almoço. 
 

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