O dólar terminou a sessão desta quinta-feira, 13, no maior nível em mais de 9 anos, acelerando os ganhos durante a tarde após os investidores receberem mal a notícia de que o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa não foi convidado para nenhum cargo no governo. No fim do dia, o dólar à vista fechou com alta de 1,41%, aos R$ 2,5960, no balcão, o maior patamar desde 18 de abril de 2005. O volume de negócios totalizava US$ 835 milhões por volta das 16h30. No mercado futuro do câmbio, o dólar para dezembro avançava 1,09%, a R$ 2,6080.
A alta do dólar na sessão da hoje refletiu as contínuas incertezas sobre a definição dos integrantes da equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff. À tarde, as declarações de Barbosa em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, levaram o dólar a atingir o maior patamar desde 5 de dezembro de 2008. O ex-secretário-Executivo do ministério da Fazenda afirmou, na saída de um evento em Campinas, que não foi convidado para ser ministro do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. “Não fui convidado ou sondado para nenhum cargo. Continuo na área de ensino e pesquisa da EESP-FGV e do Ibre. Portanto, não posso falar sobre algo que não existe”, destacou.
Logo após as declarações, o dólar atingiu R$ 2,6020 (+1,64%) de balcão, o maior nível intraday desde o 5 de dezembro de 2008, pouco depois do estouro da crise financeira mundial. Profissional ouvido pelo Broadcast afirmou que ordens de stop loss foram disparadas no mercado futuro, o que intensificou o movimento. Mesmo porque, concomitantemente, especulações em torno de outros nomes que desagradam ao mercado também circularam nas mesas.
Nos Estados Unidos, o indicador de pedidos de auxílio-desemprego veio pior do que o esperado e amparou o viés de baixa do dólar ante o euro, porque fortalece a percepção de que a elevação dos juros só deve começar em meados de 2015. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego norte-americano subiram para 290 mil, ante previsão de 281 mil. Também as declarações de um membro do Conselho Executivo do BCE, Benoît Coeuré, de que “não vamos mais reduzir as taxas de juros” ajudam a sustentar os ganhos da moeda única do bloco europeu. Perto das 16h45, o euro era negociado a US$ 1,2479, de US$ 1,2440 no fim da tarde de ontem em Nova York.