Cidades

Oposição de conveniência

As mobilizações contra o PT e a presidente Dilma Rousseff, no domingo em Guarulhos, devem atrair pré-candidatos a vereador e a prefeito. Alguns que sempre estiveram ao lado do poder devem aparecer para cuspirem nos pratos que comeram. Gente ligada à Prefeitura, mas que precisa aparecer do outro lado, está entre a cruz e a espada. Se for, perde a boquinha. Se não comparecer, como explicará aos eleitores? Tem secretário rezando para chover.
 
 
 
Aberto para conversas
 
Um dos poucos partidos que há muito tempo se posiciona como oposição tanto ao governo municipal como ao federal, além do PSDB, é o PPS. Apesar de não contar com qualquer vereador, o partido terá importante papel na sucessão municipal. Parte dos dirigentes – não satisfeitos com as negociações para apoiar o pré-candidato Guti (PSB) – abre conversas com outros prefeituráveis, desde que contrários ao PT. Mas avisam: não adianta ter pulado do barco somente agora.
 
 
 
Blindado
 
As duas gestões do prefeito Sebastião Almeida (PT) nunca foram tranquilas. Desde 2009, várias denúncias contra ele: Água e Vida, a suspeita implantação do novo sistema de transportes, mortes de recém-nascidos no Hospital da Criança, fechamento do HMU, devido à proliferação de uma bactéria. Porém, graças à maioria absoluta na Câmara, ele nunca foi atingido. No apagar das luzes, surgem novas acusações. Mas que não darão em nada.
 
 
 
Hora da xepa
 
Ontem, o presidente do Solidariedade, o suplente de vereador Maurício Siqueira, apresentou três denúncias de improbidade para pedir a cassação de Almeida. Em pleno ano eleitoral, quando os vereadores dão sinais de que não estão a fim de trabalhar, em clima de fim de feira, será difícil conseguir levar adiante uma comissão processante, como ele sugeriu. A tropa de choque, meio ausente da Casa, deve barrar qualquer iniciativa neste sentido.
 
 
 
Disco furado
 
Com a ausência do líder do Governo na Câmara ontem, Samuel Vasconcelos (PT), que devia ter algo mais importante para fazer no horário de sessão, sobrou até para a vereadora Marisa de Sá defender o prefeito. Sem argumentos, como um disco furado (para quem se lembra dos tempos das vitrolas, quando a agulha ficava pulando no mesmo lugar), ela usou o discurso já batido e que não cola mais: “esses ataques fazem parte de um golpe da direita para desestabilizar as administrações do PT”. 

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