Economia

Juros caem com indefinição de equipe, Caged e exterior

A indefinição sobre o futuro ministro da Fazenda continuou a influenciar as taxas dos contratos de juros nesta sexta-feira, 14, que recuaram em especial na ponta longa, após subirem durante toda a semana. Internamente, a atuação do Banco Central nos swaps, elevando a quantidade de contratos oferecidos para rolagem dos vencimentos de dezembro, e os dados fracos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) tiraram o ímpeto de alta inicial das taxas futuras. Depois, ao longo da tarde, os yields (retornos) dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) perderam força e ajudaram a aprofundar o recuo.

Os vencimentos mais curtos de DI, no entanto, seguiram resistentes, diante da percepção de que a moeda dos EUA está em patamar muito elevado e o BC precisará apertar sua política monetária para segurar a inflação.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para julho de 2015 estava em 12,12%, de 12,13% no ajuste anterior. O juro para janeiro de 2016 indicava 12,53%, de 12,57% na véspera. O DI para janeiro de 2017 apontava 12,73%, de 12,87% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 12,73%, de 12,80% ontem. As taxas curtas seguiram embutindo uma alta de 0,50 ponto porcentual para a Selic ainda neste ano.

Pela manhã, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou um saldo líquido negativo nos postos de trabalho formal no País, em -30.283 em outubro, bem abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, +50 mil a +73 mil. Trata-se do pior resultado para o mês desde 1999. No acumulado do ano até o mês passado, há um saldo líquido de criação de emprego formal no total de 912.287 vagas. A leitura foi de que, com o mercado de trabalho fraco, poderá haver um alívio na inflação mais adiante.

Na visão de um operador, a baixa dos juros foi pontual, uma vez que as incertezas sobre o que será feito no próximo governo, a começar pelas dúvidas sobre quem será o próximo ministro da Fazenda, mantêm a tendência de alta para a curva. Hoje, no entanto, destacou essa fonte, o exterior, com a queda das taxas dos Treasuries, garantiu algum alívio para o mercado doméstico. Um outro profissional da área de renda fixa destacou, por sua vez, a decisão do BC, de elevar a oferta de swaps a partir de segunda-feira, e o Caged, mostrando que a atividade está muito fraca.

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