Fim de mandato é um problema sério. Ainda mais para um prefeito que não soube, ao longo de 7 anos e 3 meses impor um ritmo de trabalho, que resultasse em melhora na vida das pessoas, como é o caso de Sebastião Almeida (PT). Desde sexta-feira, 1º de abril, Guarulhos vive mais um capítulo do caos em seu sistema de saúde pública. Unidades terceirizadas pela Prefeitura deixaram de atender por falta de médicos.
Sem reação
A Secretaria Municipal de Saúde responde sistematicamente à mídia que o problema é de responsabilidade da Fundação ABC, para quem os serviços das policlínicas Maria Dirce e Paraíso, além da UPA São João, a única inaugurada até hoje em Guarulhos, foram terceirizados. Com dificuldades para contratar médicos, a “empresa” tentou resolver o problema trazendo para o atendimento PJs (profissionais sem vínculo trabalhista).
Não é com a gente
A contratação de PJs deixou um buraco no atendimento, já que os profissionais – em tese – não têm a obrigação de marcar ponto. Foi uma espécie de quarteirização dos serviços. Enquanto isso, a Prefeitura – tanto o prefeito Sebastião Almeida como o vice Carlos Derman, que se passa por secretário municipal de Saúde – finge que não tem responsabilidade alguma em deixar os guarulhenses sem atendimento.
Reunião?
Questionado por jornalistas na manhã de ontem, Almeida se saiu com a velha máxima de que irá marcar uma reunião para apurar possíveis irregularidades na prestação de serviços na área da saúde. Não é possível que – após quase uma semana de unidades sem médicos – nenhuma providência efetiva tenha sido tomada. Em tempo: o HMU, que tem administração direta da Prefeitura, também deixou de atender por falta de médicos.
No chão
Um dos retratos mais tristes do descaso da administração municipal com a população pode ser visto no Hospital Municipal da Criança e Adolescente (HMCA), no Centro. Sem atendimento nas unidades nos bairros, as pessoas correram para lá. A superlotação faz com que funcionários que, por mais boa vontade que tenham, não consigam dar conta de todo o serviço. Pior: crianças, ao lado de seus pais e mães, aguardam sentadas no chão em corredores lotados.
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