O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, avaliou que nem mesmo a mudança do ministro da Fazenda pode fazer com que o governo federal mantenha o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido a partir do próximo ano. Segundo ele, a visão da Anfavea é a de que o imposto será aumentado para alíquota cheia, entre 7% e 25%, sem espaço para um novo aumento gradativo, como vinha ocorrendo.
“Não acredito (que IPI poderá ser mantido) mesmo com novo ministro da Fazenda, em função da política fiscal colocada claramente”, afirmou Moan após participar de fórum promovido pela revista Quatro Rodas em São Paulo. Até 31 de dezembro deste ano, o IPI para carros está entre 3% e 25%, dependendo do motor. “A nossa visão é de que ele vai ser aumentado em cheio”, disse.
México
Recém-chegado do México, onde teve as primeiras reuniões com associações do setor automobilístico mexicano, Moan disse que a ideia da Anfavea é apresentar, até o fim de 2015, uma “proposta concreta” de acordo de livre comércio tanto para veículos leves como para os pesados entre os dois países. O acordo atual, que acaba em 20 de março do próximo ano, estabelece somente cotas de alíquota zero e apenas para veículos leves.
A primeira reunião entre a Anfavea e associações mexicanas foi realizada na semana passada. Segundo Moan, eles estiveram reunidos com representantes da Associação Nacional de Produtores de Ônibus, Caminhões e Tratores (Anpact) e da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (Amia). “Foi a primeira de muitas reuniões que vamos ter. (…) A ideia é apresentar até o fim de 2015 uma proposta concreta de acordo de livre comércio para veículos pesados juntamente com a Anpact”, contou.
Já com a Amia a proposta é estabelecer um acordo de livre comércio permanente para veículos leves. De acordo com ele, o México praticamente já preencheu todas as cotas de alíquota zero para exportar veículos para o Brasil que vencem em março do próximo ano. O presidente da Anfavea destacou que a próxima reunião com a Amia deve ocorrer “provavelmente em janeiro” de 2015. Em maio, a entidade brasileira deve voltar a se reunir com a Anpact. Ele informou que não há previsão ainda para os dois governos sentarem para negociar.