Muita gente se surpreendeu com a não ida pela primeira vez em cinco eleições consecutivas do PT ao 2º turno em Guarulhos. Porém, a derrota de Elói Pietá era esperada por este colunista. Havia indícios mais do que claros de que o partido estava com os dias contados não só por aqui. No entanto, o avanço do PT ao segundo turno interessava para alguns adversários, que viam no ex-prefeito um alvo fácil de ser batido. Daí a falsa propagação de que ele seguiria vivo.
Das cinzas?
A eleição de sete vereadores do PT poderia significar que a legenda ainda tem condições de renascer das cinzas, certo? Não é bem assim. Quem vive no meio político sabe que os votos para a Câmara seguem uma lógica própria. Há gente com serviços prestados, que acaba reconhecido. Existem currais eleitorais. Também tem pessoas com interesses diretos, que transformam isso em votos. Mas há ainda a pior face das eleições: a compra de votos, um expediente bastante utilizado e difícil de ser coibido.
Apoio ingrato
Terceiro colocado nas eleições com 116 mil votos conquistados, o PT – em tese – seria o tipo de apoio que qualquer candidato no segundo turno gostaria de obter. Mas as urnas, por todo o Brasil e inclusive em Guarulhos, demonstraram que a população disse não ao partido, afundado em denúncias. Receber o apoio de Eloi Pieta ou mesmo do atual prefeito Sebastião Almeida (PT) poderia se configurar um grande tiro no pé tanto para Guti (PSB) como para Eli Correa Filho (DEM).
Oposição
Guti, que ganhou muito espaço por ocupar o campo da oposição em seu segundo mandato como vereador, não deve mesmo aceitar o apoio do PT, que tanto combateu nos últimos quatro anos. Já Eli, pelo número de aliados de Almeida que já estavam com ele no primeiro turno, teria menos dificuldades para receber os petistas em sua campanha, mesmo que o PT opte pela neutralidade nesta etapa final.
Sai na frente
Aliás, além de vencer Eli no primeiro turno com uma considerável vantagem, Guti saiu na frente também em sua campanha para 30 de outubro. Ontem, convocou a imprensa para uma coletiva, em que apontou sua linha de conduta, ratificando que não existe a mínima possiblidade de aceitar qualquer apoio oficial do PT. Eli, por sua vez, não fez qualquer manifestação pública até o final da tarde.