Em mais um pregão de giro baixo, o mercado de juros nesta segunda-feira, 17, acompanhou a alta do dólar ante o real e também observou números mais pressionados de inflação. Além disso, as incertezas em relação às diretrizes econômicas, a partir de 2015, continuaram permeando os negócios e suscitando cautela entre os investidores. As taxas futuras de curto prazo, no entanto, experimentaram pequeno avanço, enquanto os vencimentos mais longos terminaram perto da estabilidade.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para julho de 2015 (14.320 contratos) marcava 12,15%, de 12,12% no ajuste anterior. O juro para janeiro de 2016 (64.570 contratos) indicava 12,56%, de 12,53% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2017 (77.985 contratos) apontava 12,76%, de 12,73% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (83.095 contratos) tinha taxa de 12,74%, de 12,73%.
Entre os indicadores domésticos, o IGP-10 subiu 0,82% em novembro, acelerando ante a taxa verificada em outubro (0,02%), de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado superou o teto do intervalo de estimativas coletadas pelo AE Projeções (0,60% a 0,80%). O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), por sua vez, subiu 0,50% na segunda quadrissemana de novembro, de 0,49% na leitura anterior.
O economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo, acredita, inclusive, que a alta do IGP-10 em novembro reflete os efeitos da depreciação cambial. “Claro que há um componente doméstico, mas também já é possível observar pressões da recente queda do real”, afirmou.
Ao mesmo tempo, a atividade melhorou, conforme mostrou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Ele subiu 0,40% em setembro ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal, ficando acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (+0,2%) e dentro do intervalo das estimativas (-0,2% a +0,5%). Na comparação com setembro de 2013, a taxa de 0,92% superou levemente o teto das estimativas (-0,60% a +0,90%).
Enquanto isso, a moeda dos EUA no mercado à vista de balcão encerrou o dia com valorização de 0,31%, cotada a R$ 2,6020. Pela manhã, a divisa norte-americana tocou na máxima de R$ 2,6190, alinhada ao movimento da moeda no exterior, após o Japão entrar em recessão técnica, e também pressionada pelas incertezas que continuaram rondando o mercado em relação à equipe econômica do próximo governo. Depois, dados piores da economia dos EUA e as ofertas de swap do BC acabaram limitando o fôlego da divisa norte-americana.