Na semana passada, ao afirmar que deixaria o anúncio do novo secretariado para a segunda quinzena de dezembro, o prefeito eleito Guti (PSB) pensou que havia jogado um banho de água fria no meio político e que colocaria o assunto em stand by, diante das muitas especulações de nomes que se espalhavam. O tiro saiu pela culatra. Aproveitando a deixa, pessoas muito próximas do futuro chefe fazem articulações por conta própria, repetindo velhas fórmulas. No final, estão indo contra a tal “nova política” tão difundida durante a campanha.
Dormindo com o inimigo?
O problema maior é que a montagem do secretariado está sendo desenhada por gente muito próxima a Guti, o que dá a entender que os escolhidos estariam sendo escalados, sem levar em consideração os critérios estabelecidos pelos vencedores das eleições. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, gente que sempre trabalhou contra pode ocupar espaços de soldados (e até generais) que foram Guti “desde criancinha”.
Não sabia?
O resultado dessas lambanças não poderia ser outro. Começam a surgir focos de insatisfação de todos os lados. Acordos espúrios, que não teriam a participação do prefeito eleito, poderão colocar por terra tudo aquilo que foi pregado até 30 de outubro e deu a Guti a maior votação da história de Guarulhos. Por mais que seja em nome da governabilidade, certas alianças não ornam com a nova política.
Aos tigres
Como ainda há mais de 40 dias até a posse, dá tempo de Guti tomar à frente dessas articulações e fazer valer o que pregou. Afinal, o eleito foi ele. Caso contrário, poderá perceber tarde demais que deu corda a quem não merecia. Se não assumir de fato o controle da situação, o novo chefe do Executivo corre o risco de ver como opositores gente que poderia ser muito mais útil ao seu lado.
Como ficará o casamento?
Em 2018, com a possibilidade do governador Geraldo Alckmin (PSDB) concorrer à Presidência da República pelo PSB, caso não consiga impor seu nome dentro do partido, e a ex-senadora Marina Silva, disputando pela Rede, qual seria a posição da dupla (até agora inseparável) Guti (PSB) / Alexandre Zeitune (Rede)? Vão defender candidaturas rivais ou abrirão mão de suas convicções? Ah, o atual vice-governador Márcio França (PSB), o padrinho político de Guti, tem grandes chances de ser o nome oficial da máquina em busca do Governo do Estado.