Guarulhos chega ao final de 16 anos de PT afundada em problemas. Mas que ninguém credite apenas a Sebastião Almeida e a Elói Pietá todo esse caos. Os vereadores que permitiram que os dois fizessem o que quiseram à frente da Prefeitura são tão ou mais responsáveis que eles. A total ausência de coerência, seja em discursos ou na prática, ficou mais uma vez evidente na sessão desta quinta-feira da Câmara Municipal.
Padrinhos
Almeida se tornou réu em Ação Penal por criar e recriar leis que criaram cargos comissionados, sempre com a anuência dos vereadores. No entanto, neste momento, em que o prefeito encaminhou o projeto de igual teor, o que pode significar uma nova afronta ao Judiciário, os mesmos que indicaram dezenas (e até centenas em alguns casos) de comissionados são os que mais esperneiam. Nunca é demais lembrar que uma lista de padrinhos de funcionários indicados circula entre algumas lideranças. Ali fica claro quem é quem nesta história.
Há exceções
Quase todos os vereadores do PT e do DEM, que têm apadrinhados aos montes no governo Almeida, fizeram discursos contra os cargos comissionados, como se Guti devesse tirar um coelho da cartola para poder governar. A exceção foi Samuel Vasconcelos (PT), um dos poucos coerentes em toda essa discussão. Disse que os cargos de confiança são imprescindíveis e que é impossível administrar Guarulhos sem os comissionados. “Não podemos jogar para a platéia. Vocês querem jogar a cidade no caos? É preciso ter responsabilidade”, disse.
PL de Almeida
O PL encaminhado por Almeida propõe a recriação de 1.941 cargos comissionados, o mesmo número que existe hoje e que nunca antes tinha sido questionado pelos vereadores que somente agora se colocaram como contrários. No entanto, isso não significa que Guti vá preencher todas as vagas que se abrirão. Aliás, o prefeito eleito já se comprometeu que irá cortar imediatamente 30% deles. Ou seja, no máximo, nomearia 1.300 para ocupar postos fundamentais para que a cidade não pare.
Deformadores de opinião
Chega a serem irônicos alguns ataques contra o prefeito eleito Guti (PSB) que alguns tentam espalhar sem, ao menos, dar-lhe a oportunidade de se pronunciar ou demonstrar para o que veio. Espalham-se argumentos – quase todos sem qualquer relação com a verdade -, que se baseiam em achismos feitos por analistas de redes sociais. Na Câmara, tem vereador que parece saber mais sobre o que passa na cabeça do novo prefeito do que ele próprio.
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