Apesar de muita gente duvidar até o último momento, a Prefeitura efetuou o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores públicos no último dia 20, como manda a lei. Não fez mais do que a obrigação. Porém, funcionários que atuam em fornecedores dos mais diferentes serviços para a administração municipal ficaram sem receber, devido à falta de repasses, o que é confirmado pelo próprio governo de Sebastião Almeida (PT).
O mau cheiro
O caso dos funcionários da Quitaúna é bem emblemático. A empresa, que recebe altas quantias da Prefeitura para manter a cidade limpa todos os meses, atrasou os salários, o que levou os coletores à greve no último dia 12. Durante quase três dias, Guarulhos ficou entregue à sujeira. A administração correu para fazer um acordo, fez um repasse emergencial e garantiu que os recursos devidos à prestadora de serviço chegariam a tempo de efetuar o pagamento do 13º no dia 20. Não cumpriu. A cidade sofre com nova paralisação.
Santo descoberto
Ao pagar o 13º para o funcionalismo, Almeida descobriu vários outros santos. Não foi só a Quitaúna que deixou os funcionários na mão. Agentes de saúde e médicos ligados à Fundação ABC, que administra a UPA São João e policlínicas Maria Dirce e Paraíso, não receberam um centavo no dia 20. Servidores da SPDM, que administra o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, também ficaram sem o 13º e sem a cesta básica deste mês. Tem também as entidades sociais e professores das creches conveniadas, entre outros, que estão à base do “pão e água”.
Filme repetido
A situação não é nova. Em 2015, esses e outros fornecedores da Prefeitura atrasaram a quitação do 13º salário, devido aos constantes atrasos nos repasses por serviços prestados, como a própria SPDM. Por muito pouco, os funcionários do Hospital Pimentas Bonsucesso não fizeram greve na véspera do Natal e do Ano Novo. A Agende (Agência de Desenvolvimento de Guarulhos), na mesma ocasião, virou as costas para seus funcionários. Muitos levaram a agência “queridinha” do Almeida à Justiça.
Sem realizações
Tudo isso só revela que os problemas administrativos da Prefeitura não são de hoje. Vão muito mais além da queda de arrecadação deste problemático 2016. Mas principalmente são frutos das ações ou omissões de um prefeito que não soube planejar. Almeida teve oito longos anos para pensar, agir e executar. No entanto, chega ao fim do segundo mandato – aos trancos e barrancos – sem poder dizer que realizou algo de positivo para a coletividade.