Cerca de 500 pessoas foram ao evento promovido pela Prefeitura com o objetivo de revitalizar o Fioravante Iervolino, no último sábado. O mutirão, capitaneado pelo prefeito Guti (PSB) e pelo vice Alexandre Zeitune (Rede), reuniu principalmente esportistas, além de guarulhenses que – em algum momento da vida – tiveram uma relação próxima com o ginásio esportivo. Apesar da determinação em devolver o espaço aos esportes, uma pergunta segue sem resposta: quem são os responsáveis por deixar o espaço público chegar a uma situação de completo abandono?
Jogo de empurra
A devolução do Fioravante à Prefeitura foi tão nebulosa quanto sua entrega a uma entidade privada. No 2º semestre de 2016, o ex-prefeito petista Sebastião Almeida (hoje no PDT) se viu forçado a retomar o espaço público. Na época, ficou a impressão que o Falcões Moto Clube seria o responsável pela degradação do ginásio, que recebeu em 2014 por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, na época capitaneada pelo vereador Edmilson Souza (PT). Uma permuta de áreas públicas teria justificado a cessão sem qualquer chamamento público a possíveis interessados.
Quem reformou
A Prefeitura recebeu verbas da Caixa Econômica Federal para a reforma do Fioravante ainda na década passada. O dinheiro chegou aos cofres municipais, mas o ginásio nunca foi reaberto. Como permaneceu anos fechado, ninguém sabia ao certo o que se passava lá dentro. Até que surgiu a “brilhante” ideia de ceder o espaço aos Falcões, que trabalhou em diversas campanhas dos candidatos do PT. A atual diretoria do moto-clube esclarece que encontrou o ginásio em situação de completo abandono, promovendo – com recursos próprios – grande reforma no local, que foi usado por ele para eventos durante dois anos.
Pá de cal
A atual diretoria dos Falcões garante que deixou o local no ano passado em perfeitas condições de uso. Conta ainda que – durante o período em que permaneceu lá – a Prefeitura pediu para pintar uma das quadras esportivas para que fosse aprovada em vistoria que teria sido realizada pelo governo federal, para checar se a verba liberada foi utilizada. Uma investigação estaria em curso, inclusive, para verificar se fornecedores de materiais de construção entregaram os produtos para a reforma ou só “emprestaram” notas fiscais para justificar o negócio (ou seria falcatrua?).
A espera das respostas
Diante do grande saque que sofreu o Fioravante ao longo dos últimos anos, é de se esperar que as autoridades – seja a atual administração, o governo federal ou o Ministério Público Estadual – deem as respostas que a população espera há tanto tempo.