A direção do PSB, partido do prefeito Guti, se reuniu com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última quarta-feira para comunica-lo que terá candidato própria a sua sucessão, no ano que vem. O nome já está escolhido: é o atual governador Márcio França, padrinho político do mandatário guarulhense. Aliás, o próprio Alckmin, há bastante tempo, demonstra predileção pelo pessebista. Tanto que antes de bancar a dobrada, em 2014, França já estava no rol dos secretários que faziam parte da cota do governador, mesmo sendo de um partido considerado de oposição na épocaa, tanto em nível estadual como federal.
O candidato da máquina
Quando Alckmin sinalizou no ano passado que pretendia concorrer a presidente em 2018, quando o senador Aécio Neves ainda era o favorito dentro do PSDB, o governador – por muito pouco – não migrou para o PSB, que passou a ser seu plano B. Com a derrocada de Neves, Alckmin voltou a ser o favorito entre os tucanos em busca do Planalto. Por essas e outras, seria até natura ver França como o candidato da máquina estadual no ano que vem, em detrimento dos próprios interesses do PSDB, que – dificilmente – encontrará um nome que uma a sigla. O único que poderia minar os planos do PSB chegar ao poder no Estado seria o prefeito paulistano, João Dória, o que – por enquanto – é pouco provável.
Democrata na disputa
Mas que ninguém imagine que França terá apenas o PSDB como empecilho para ser o candidato da máquina. O democrata Rodrigo Garcia, atual secretário estadual de Habitação, já manifestou – também para o governador – o interesse de entrar na disputa como o nome de Alckmin, o que é pouquíssimo provável, apesar dos partidos caminharem juntos há um bom tempo.
Previsível divisão
A previsível disputa entre França e Garcia, apesar da predileção já manifesta por Alckmin, pode colocá-lo numa saia justa parecida com o que ocorreu em Guarulhos no ano passado, quando o PSDB tinha um candidato – que não era o preferido do governador -, além de nomes dos dois partidos aliados. Rodrigo Garcia, aliás, fez o que pode para tentar com que Guti ou o tucano Carlos Roberto aceitassem – um dos dois – ser o vice do deputado derrotado Eli Correia Filho, o nome do DEM. Em vão.
Vitrine
No fim das contas, o PSDB não foi para o segundo turno e Alckmin seguiu dividido entre Guti e Eli. Apesar de, nos bastidores, ter mirado na vitória do candidato do PSB, que se saiu vitorioso, não pode entrar na campanha guarulhense, mas liberando França para entrar de cabeça na candidatura de seu pupilo. Desta forma, o PSB conquistou a segunda mais importante cidade do Estado de SP, que deve ser uma das vitrines eleitorais para suas pretensões de 2018. Por tudo isso, é de se prever que a disputa entre Guti e Eli (84% a 16% nas urnas) se repita.
Matreiros
Até por esse histórico, é possível entender o jogo que existe em Guarulhos, tanto que alguns grupos ligados ao deputado federal Eli Correia seguem se articulando e agindo nos bastidores. Alguns inclusive estariam infiltrados dentro da administração municipal, trabalhando de forma matreira para atrapalhar as pretensões do grupo de Guti. Na imprensa, é mais fácil identificar quem são aqueles que atuam noite e dia a serviço dos democratas.