Depois de transferida para a próxima sessão (nesta quinta-feira, caso haja quórum), a instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investigará denúncias contra Alexandre Zeitune (Rede), vice-prefeito que foi exonerado do cargo de secretário municipal em setembro passado, mexe bastante com o meio político. Nesta quarta-feira, os bastidores ficaram agitados. Informações negadas pelo porta-voz da Rede, José Roberto Vomero, davam conta de convites individuais para os vereadores se encontrarem com Zeitune. Dois deles confirmaram o chamado ao GuarulhosWeb, porém sem revelar o conteúdo da conversa. Para o bem das partes, espera-se que nenhum gravador tenha ficado ligado.
Mui tranquilo
Enquanto isso, Zeitune tenta passar a impressão de que está tranquilo e que a gravação na qual ele apareceria pedindo R$ 12 milhões a um empresário, segundo revelou o vereador Marcelo Seminaldo (PT), autor do pedido de abertura da CEI, não tem embasamento legal para o acusar. Mesmo que juridicamente, ele possa conseguir se safar caso esteja correto em seu raciocínio, é sabido que o conteúdo – dependendo do teor – pode até servir para desmoralizar o discurso que tenta propagar, como o grande paladino da nova política.
Fardo
Pelas entrevistas concedidas até aqui por Alexandre Zeitune, é flagrante que a pretensa candidatura dele ao Governo de São Paulo vai fazendo água. Ele já não figura na última pesquisa divulgada, conforme nota publicada nesta coluna nesta quarta-feira. Talvez, a abertura da CEI sirva como pano de fundo para ele sair de fininho da disputa, já que há algum tempo o nome dele deixou de ser unanimidade dentro da Rede. Fora que a presidenciável Marina Silva pode não querer carregar o fardo que ele pode se tornar a partir do momento em que os áudios se tornarem público, envolvendo o nome dela, conforme já revelado por Seminaldo.
Quase todos
Para que a CEI inicie os trabalhos e os áudios se tornem público, é necessário que todos os integrantes sejam definidos. Até terça-feira, estavam indicados Genilda Bernardes (PT), além de Marcelo Seminaldo do mesmo partido, que será o presidente por ser o autor do requerimento que pediu a abertura, Geraldo Celestino (PSDB), Luís da Sede (PRTB), Toninho da Farmácia (PSD), Moreira (PTB) e Acácio Portella (PP). Faltam ainda os representantes de PMDB, DEM, PSB e PSL.
Sem intimidações
As plantações sobre possível operação-abafa, segundo as quais as investigações poderiam contrariar os interesses da administração municipal, não prosperaram. A história de que os vereadores poderiam ser responsabilizados por assinarem o requerimento também não, conforme atestou o advogado guarulhense Alexandre Cadeu Bernardes, em reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal Folha Metropolitana. “Os atos praticados pelos vereadores no âmbito da função parlamentar gozam de imunidade e, inclusive, têm a obrigação de fiscalizar o Executivo e seus gestores”, afirmou.