Economia

Bolsas europeias caem após dados fracos na zona do euro

Dados fracos sobre a economia da zona do euro alimentaram dúvidas quanto ao poder do Banco Central Europeu (BCE) de estimular o crescimento e evitar a deflação na zona do euro e levaram as principais bolsas europeias a fecharem em baixa nesta quinta-feira, 20. O índice Stoxx 600 caiu 0,29%, para 338,18 pontos.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, recuou para 51,4 em novembro, de 52,1 em outubro, o menor nível em 16 meses. O resultado contrariou a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, de ligeiro avanço para 52,2.

O PMI mais fraco sinaliza que a atividade na Europa se aproxima de uma contração e serve como alerta para os formuladores de políticas econômicas, de acordo com Alberto Gallo, diretor de pesquisa de crédito europeu do Royal Bank of Scotland. “O BCE sozinho não pode tirar a Europa de perto da recessão ou da deflação”, afirmou.

Após uma modesta elevação no crescimento econômico no terceiro trimestre, os dados recentes da zona do euro têm decepcionado, o que aumenta a pressão sobre o BC europeu, especialmente após o presidente da instituição, Mario Draghi, sinalizar no início da semana que pode adotar medidas a fim de expandir os estímulos econômicos. “Esses dados vão lançar mil perguntas se Draghi deve embarcar no relaxamento quantitativo mais cedo ou mais tarde”, comentou Jeremy Batstone-Carr, economista-chefe e estrategista da corretora e gestora de fortunas Charles Stanley.

Os mercados de ações europeus também foram pressionados pelo PMI industrial da China medido pelo HSBC, que caiu para 50,0 na prévia de novembro, de 50,4 em outubro, sugerindo estagnação do setor e reforçando temores sobre a desaceleração do país.

No Reino Unido, o setor varejista teve desempenho melhor que o esperado em outubro, com alta de 0,8% ante setembro e de 4,3% na comparação anual. A previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires era de ganho mensal de 0,3% e aumento anual de 3,8%. Apesar do dado positivo, o índice FTSE-100, em Londres, perdeu 0,26%, para 6.678,90 pontos, devido aos dados da zona do euro e da China e às performances das mineradoras. As ações da Rio Tinto caíram 2,62% e as da BHP Billiton recuaram 2,66%.

Em Paris, o CAC-40 fechou aos 4.234,21 pontos, em baixa de 0,75%, com queda de 7,01% nos papéis da Technip, após a companhia fazer uma oferta pública de aquisição da empresa de serviços de petróleo francesa CGG, que fechou em alta de 21,99%. O grupo varejista Casino recuou 3,96%, após estabelecer o preço da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de comércio eletrônico Cnova em US$ 7,00 por ação, bem abaixo de estimativa de US$ 12,50 a US$ 14,00 por ação.

Em direção divergente, o DAX, em Frankfurt, avançou 0,12%, para 9.483,97 pontos. O destaque ficou com as ações da ThyssenKrupp, que subiram 2,47% após a siderúrgica alemã informar que teve lucro líquido de 210 milhões de euros (US$ 262,4 milhões) no ano fiscal até 30 de setembro – garantido o primeiro resultado positivo em quatro anos – e anunciar que vai retomar o pagamento de dividendos.

Em Milão, o índice FTSEMib caiu 0,88%, para 19.209,22 pontos. O IBEX-35, em Madri, perdeu 1,62%, para 10.209,20 pontos, e o PSI-20, em Lisboa, recuou 0,60%, para 5.194,38 pontos.

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