Economia

Juros futuros fecham em queda com aprovação da DRU na comissão da Câmara

Após uma manhã com viés de alta, os juros inverteram a direção no período da tarde e fecharam em queda nesta quarta-feira, 1, consolidada pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023 em comissão especial da Câmara dos Deputados. Na agenda doméstica, dois indicadores – Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre e superávit comercial de maio – surpreenderam positivamente os economistas, sugerindo que o pior da economia ficou para trás, mas não tiveram reflexo direto sobre a curva a termo.

Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2017 fechou em 13,605%, de 13,645% no ajuste de ontem, com 136.597 contratos. O DI para janeiro de 2018 (201.505 contratos) caiu de 12,82% para 12,74%. O DI janeiro de 2019, que movimentou 118.085 contratos, passou de 12,75% para 12,66%. Nos contratos de longo prazo, o DI janeiro de 2021 fechou em 12,77%, de 12,85% no ajuste anterior, com 82.012 contratos.

As taxas começaram a tarde já perto dos ajustes anteriores e se firmaram em baixa ao longo do período vespertino, após a votação da matéria na comissão da Câmara. “Sem boatos mais fortes na parte política, a aprovação da DRU ajudou no fechamento das taxas. Qualquer coisa da parte fiscal que passe no Congresso o mercado gosta”, disse um gestor. Não somente a aprovação da matéria em si, mas o placar elástico, 20 votos a favor e apenas 4 contrários, foi visto como uma demonstração de comprometimento dos parlamentares com o esforço fiscal.

Pela manhã, as taxas oscilaram em alta, ainda sob a pressão do noticiário político, após o pedido de indiciamento do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, na Operação Zelotes, ontem, e possíveis mudanças de postura de senadores pró-impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, na votação final do processo no Senado. Além disso, no exterior o clima era pesado, com temores com o ritmo de crescimento da economia chinesa e da Europa.

Na agenda de indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do primeiro trimestre caiu 0,3%, número que ficou no teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções (-0,30% a -1,80%). À tarde, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou que a balança comercial de maio teve saldo positivo de US$ 6,437 bilhões, valor que superou a melhor das estimativas do mercado vista na pesquisa AE Projeções, que era de US$ 5,800 bilhões.

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