O dólar recuou frente o real nesta quarta-feira, 1, pressionado por sinais mais fracos que o esperado da economia norte-americana e pela percepção de um risco político menor no Brasil. “Os investidores reagiram no final do dia à desaceleração em maio das vendas de veículos nos Estados Unidos”, disse João Corrêa, da SLW corretora. “Isso é ruim para o aumento de juros pelo Fed, porque revela que a economia americana tem alguns dados bons, mas a maioria deles é modesta, como destacou o Livro Bege hoje”, comentou Corrêa.
Durante a tarde, a aprovação na comissão especial da Câmara, com folga de votos, da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023 foi interpretada como vitória no segundo teste, após o crivo concedido pelo Congresso sobre a redução da meta fiscal de 2016. “Gera expectativa favorável sobre próximas medidas econômicas a serem apreciadas pelo Congresso”, destacou o economista Ignácio Crespo Rey, da Guide Investimentos.
No fechamento, o dólar à vista caiu 0,54%, aos R$ 3,5917 no balcão. Durante o dia, oscilou de R$ 3,5862 a R$ 3,6336. O giro total registrado somava cerca de US$ 1,434 bilhão.
No mercado futuro, no mesmo horário, o dólar para julho recuava 0,43%, aos R$ 3,6275. O volume financeiro movimentado com esse contrato somou cerca de US$ 11,979 bilhões. Durante a sessão, variou da mínima de R$ 3,6185 à máxima de R$ 3,6685.
Na abertura, as vendas foram induzidas pela queda amena do PIB do primeiro trimestre. O PIB do Brasil nos três primeiros meses do ano caiu 0,3% ante o quarto trimestre do ano passado, quando a mediana das projeções era de retração de 0,8%. Os destaques foram uma queda menos acentuada da indústria e o aumento nos gastos do governo, além da continuidade do bom desempenho do setor externo. Ainda assim, a retração no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo continua forte.