O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de Serviços no Brasil caiu para 37,3 em maio, de 37,4 em abril, informou nesta sexta-feira, 3, a Markit. Com isso, o índice composto, que leva em conta também o PMI industrial, recuou para 38,3, de 39,0, atingindo o menor nível da série histórica, iniciada em 2007. Resultados acima de 50 pontos indicam expansão da atividade, enquanto leituras abaixo desse valor mostram queda.
Segundo a pesquisa, os fluxos de novas encomendas no setor de serviços voltaram a cair em maio, o que levou as empresas a reduzirem o número de empregados. Mesmo com um aumento na inflação ao produtor, os preços ao consumidor caíram pelo segundo mês seguido, com as empresas tentando estimular as vendas. Os gerentes entrevistados relataram preços mais altos de insumos como alimentos, serviços públicos, bebidas e combustíveis.
Mesmo nesse cenário bastante negativo, os empresários do setor de serviços se mostram mais otimistas quanto ao futuro. Dos entrevistados, 55% acreditam que a produção vai aumentar ao longo dos próximos 12 meses, e atribuem esse otimismo à esperança de um cenário político melhor.
“O setor privado brasileiro continuou a desapontar em maio, contraindo-se no ritmo mais forte desde que o PMI composto passou a ser compilado, mais de nove anos atrás. Os empresários apontam para uma demanda fraca em meio às crises política e econômica no País”, afirma no relatório a economista da Markit Pollyanna de Lima.
Segundo ela, a forte competição em meio ao ambiente desafiador tem limitado o poder de precificação das empresas, o que eleva a pressão sobre as margens. “Como tem sido o caso há algum tempo, parece não haver sinais de uma retomada na economia brasileira, com os dados do PMI apontando para uma contração ainda mais forte do PIB no segundo trimestre”, acrescenta a analista.