A diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard, acredita que a instituição deve aguardar mais evidências de que a economia norte-americana está mais robusta e que os riscos globais diminuíram antes de elevar novamente os juros básicos da economia.
Em discurso preparado para ser proferido nesta sexta-feira, no Council on Foreign Relations, Brainard dirá que “não devemos tomar a recuperação da economia dos EUA como garantida”.
“Neste ambiente, o gerenciamento prudente de riscos implica que há um benefício em esperar por novos dados que tragam mais confiança sobre a atividade doméstica e que mostrem que os eventos do curto prazo no cenário internacional não irão nos tirar da dessa trajetória”, afirma a dirigente.
Segundo ela, os dados do segundo trimestre ainda são “mistos e limitados”, ao passo que o relatório de emprego de maio, conhecido como payroll, sugere que o mercado de trabalho desacelerou.
Ela também apontou para riscos negativos importantes, entre eles a votação de 23 de junho sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. Brainard afirma que o Fed não pode descartar uma “reação significativamente adversa” do chamado “Brexit”, que poderia levar volatilidade aos mercados financeiros em todo o mundo e afetar a atividade econômica nos EUA.
Embora as condições financeiras tenham melhorado nos últimos meses, Brainard disse que isto se devia a expectativas entre os agentes de que o Fed terá uma abordagem mais gradual na normalização de sua política monetária. O Fed não deveria descartar a possibilidade da volta dos riscos globais que cercam a China e os países emergentes de forma mais ampla, acrescentou.
“A fragilidade do ambiente econômico global não deve ser resolvida tão cedo”, disse. Fonte: Dow Jones Newswires.