Cidades

Pesquisa mostra que mulheres já são maioria no segmento de games

Mulheres já são maioria no segmento de games. É o que mostra a Pesquisa Game Brasil 2016 apresentada nesta quarta-feira, dia 16, na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo.  Realizada pela Sioux, agência de tecnologia interativa e referência em games e gamificação, pela Blend New Reserach, empresa de pesquisa especializada em consumo, e pelo GameLab da ESPM, a terceira edição da pesquisa traz o cenário atual do mercado de games no Brasil com a abordagem dos hábitos de consumo nas principais plataformas de jogos: mobile (smartphones e tablets), consoles e computadores.
 
Segundo Lucas Pestalozzi, presidente da Blend New Research, a pesquisa seguiu a mesma metodologia dos anos anteriores e teve a participação de 2.848 pessoas entrevistadas em 26 Estados e no Distrito Federal, entre os dias 15 e 26 de fevereiro. Ele destacou o forte apelo que atualmente os jogos têm em quase toda a população e não apenas entre os jovens, uma vez que a faixa etária principal dos gamers é de 25 a 34 anos. “No ano passado já havia o indicador de que as mulheres brasileiras superariam os homens no segmento em um curto espaço de tempo e isso se concretizou. Porém, a plataforma e estilo de jogos preferidos se diferenciam do sexo oposto, caracterizando um comportamento mais casual”, disse o executivo.
 
A pesquisa mostra que o gamer brasileiro se consolida com o perfil multiplataforma – 70,8% jogam em mais de um dispositivo – e o smartphone continua o mais popular (77,2%), seguido de computadores (66,9%) e consoles (45,7%). Apesar de toda a popularidade dos jogos, apenas 11% dos entrevistados se consideram gamers de verdade. “A maioria é consumidor casual e utiliza os jogos como uma forma de entretenimento”, informou Guilherme Camargo, CEO da Sioux. “O dispositivo preferido para jogar é o smartphone, escolhido por 34,4% dos gamers, seguido do computador (30,1%) e consoles (29,9%)”, completou.
 
A categoria de jogos preferida foi Estratégia (54,7%), seguida de Aventura (49,0%) e Ação (42,3%), sendo que os jogos de Estratégia estão entre os preferidos para ambos os sexos, no entanto, jogos de Cartas e Trívia (Palavra Cruzada, Puzzle etc.), que estão presente entre os top 5 para as mulheres, não figuram entre os top 10 para os homens.
 
O levantamento mostra também que há diversos locais onde o consumidor joga. Com a mobilidade dos smartphones, 87,6% dos entrevistados afirmam jogarem quando estão em deslocamento / trânsito (ônibus, metrô ou carro). No trabalho, a relação dos games também se manteve coerente com a edição anterior: 74,5% das pessoas jogam durante o horário de trabalho.
 
Veja a seguir outros dados importantes levantados pela pesquisa:
 
 
Relação Pais, Filhos e Jogos – Pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa abordou a questão dos jogos relacionados a pais e filhos e consolidou a tendência do ano anterior, desmistificando qualquer barreira dessa forma de entretenimento. 88% dos pais entrevistados afirmaram que os filhos jogam algum tipo de plataforma de jogos eletrônicos. Assim como no ano passado, 17% dos pais são totalmente a favor de que seus filhos joguem e 65,8% gostam do hábito, porém, com algumas ressalvas. Em relação à interação entre pais e filhos, 85,6% têm o costume de jogarem juntos, simultaneamente em um mesmo dispositivo. O maior controle dos pais em relação aos jogos é o tipo de jogo (62,2%) e o tempo dispendido (52,8%).
 
Categoria Mobile (Smartphones e tablets) – Das pessoas entrevistadas, 71,9% afirmaram ter o costume de baixar algum tipo de aplicativo de jogos em seu smartphone. Das atividades diárias realizadas, 71,3% enviam mensagens de texto (WhastApp, Viber, entre outros) e 61,4% acessam redes sociais. Baixar jogos diariamente é hábito de 37,9% da amostra.
 
Baixar apenas jogos gratuitos continua sendo o comportamento da maioria dos jogadores (78,2%). A justificativa principal, segundo os entrevistados, para nunca ter pago por um jogo é que sempre existem outras opções gratuitas com o mesmo propósito (50,7%), seguida do risco de comprar e não gostar (48,2%). Apenas 16,5% afirmam que as propagandas dos jogos gratuitos não incomodam.
 
Dos 21,8% que já compraram jogos, o cartão de crédito é o meio mais popular, utilizado por 70,2% deles, seguido do PayPal (38,2%).
As principais fontes de informação sobre jogos são os amigos (45,1%) e as redes sociais (41,2%). 68,2% aceitam baixar jogos gratuitos que tenham anúncios publicitários, porém, acreditam que atrapalha a jogabilidade ou desempenho (64,9%).
 
Nos tablets a tendência é a mesma, mas com ênfase maior para jogos, uma vez que 81,5% têm o costume de baixar e o fazem toda semana (33,1%).
 
Categoria Consoles – Apesar da oitava geração (Xbox One, PS4, WiiU) completar pouco mais de dois anos, o Xbox 360 (sétima geração) é o console mais popular, utilizado por 40,9% dos gamers, seguido do PlayStation 2 (35,3%) e PlayStation 3 (29,5%). Em termos de preferência, o Xbox 360 manteve a liderança do ano passado (31,9%) seguido do PlayStation 4 (24,7%).
O perfil de compra do gamer desta categoria também trouxe dados interessantes: 68,5% adquirem produtos no varejo brasileiro oficial, 14,5% no mercado paralelo e 10,2% em viagens internacionais. A principal motivação para a compra em uma revenda oficial é a garantia (70,3%). A maioria compra até 3 jogos por ano (64,8%).
 
Um fator interessante no comportamento de compra é a aquisição de jogos usados, citado por 46,1% dos entrevistados.
A avaliação feita pelos gamers brasileiros dos jogos de console dublados aponta que 40,9% atribuem qualidade boa, 37,3% regular e 15,5% excelente. Da modalidade de jogo preferida, Esportes obteve 14,8%, seguido de Tiro (13,9%) e Ação (10,3%).
 
Categoria Computadores – Mesmo após quase 7 anos de seu lançamento, o Windows 7 é o sistema operacional mais popular entre os gamers (39,1%), seguido do Windows 10 (31,5%). O notebook, como dispositivo de jogo, é o preferido (68,6%) e a principal vantagem de jogar no computador, segundo os entrevistados, é uma melhor precisão (20,6%), seguida do menor custo na aquisição dos jogos (19,0%). O varejo on-line é o principal canal de vendas para jogos de PC (37,2%), seguido do varejo físico (27,8%) e microtransação dentro do próprio jogo (15%). O serviço online STEAM foi citado por 9,4%.
 
ESports – Com a grande exposição de campeonatos nos últimos anos, a pesquisa buscou entender como os jogadores estão encarando essa modalidade, cada vez mais profissional (o “eSports”). A maioria dos gamers nunca participou de um campeonato (63%), 33,6% já participaram entre amigos e apenas 3,4% já participaram de um “grande”, com organização oficial e premiação. Da amostra que participou de campeonato profissional, apenas 18,6% participaram em uma equipe profissional (81,4% em uma equipe amadora) e 72,5% nunca ganharam dinheiro jogando.
 
Do total dos entrevistados, 26% já assistiram a algum tipo de campeonato de jogos profissionais, sendo 71,2% através da internet e 34,5% no local do evento.
 
FIFA x PES – Duelo de gigantes no segmento de esportes, as duas franquias mais populares no varejo são FIFA e PES. De acordo com a pesquisa, FIFA tem a preferência dos gamers brasileiros com 60,4% vs. 39,6% do PES.
 
Marcas do Coração: Preferência Gamer – A pesquisa também identificou a preferência por marcas no segmento de smartphones, consoles e o jogo mais popular entre os entrevistados. Entre os smartphones, a Samsung lidera com 32,2%; em consoles, a Sony (Playstation) está na frente, com 52,9%; e o jogo com maior popularidade de 2015 foi FIFA.
 
Para o coordenador do curso de graduação em Sistemas de Informação em Comunicação e Gestão, Rodrigo Tafner, este é um setor dinâmico e em plena expansão, mesmo em tempos de crise, e, portanto, um ambiente propício ao desenvolvimento de mão de obra qualificada para atuação em todas as plataformas, mas com um olhar estratégico, focando nas demandas dos consumidores. “A ESPM enxerga o setor de games como um dos principais motores da indústria criativa. E como pretendemos formar profissionais altamente alinhados com as necessidades da indústria, uma das trilhas do curso, onde o aluno sai especializado no assunto, é Gerenciamento de Games”, concluiu.
 
 

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