O índice de atividade dos gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil, divulgado nesta segunda-feira, 01, pelo HSBC e pela Markit, recuou de 49,1 em outubro para 48,7 em novembro. Esta é a sétima queda em oito meses. Com a deterioração nas condições de negócios, o indicador que mede a produção industrial brasileira igualou o recorde de baixa de julho de 2013.
O resultado foi influenciado, em grande parte, pelas reduções mais acentuadas do volume de produção e do nível de empregos. Vale destacar que o melhor desempenho entre os subsetores monitorados foi o de bens de consumo, no qual as condições operacionais ficaram praticamente inalteradas
De acordo com o relatório, a produção industrial brasileira caiu em novembro e o ritmo de contração se acelerou, atingindo seu nível mais baixo desde julho. Segundo a pesquisa, a produção foi reduzida em resposta às condições econômicas frágeis e à inflação persistentemente alta.
Os volumes de pedidos recebidos no setor também se enfraqueceram em novembro, mas a uma taxa mais lenta do que a observada no mês anterior. Vale destacar que os novos pedidos para exportação recuaram pelo terceiro mês consecutivo.
O relatório destaca que a atividade de compra das indústrias no Brasil manteve sua trajetória decrescente “moderada” em novembro, refletindo as necessidades mais baixas de produção. Consequentemente, os estoques de matérias-primas e de produtos semiacabados caíram marginalmente no mês.
A pesquisa ainda mostrou que os níveis de pessoal no setor industrial brasileiro diminuíram em sintonia com o volume de produção em novembro, e a taxa de redução de empregos aumentou, atingindo o seu ponto mais alto desde agosto de 2013. O número de funcionários caiu mais rapidamente no segmento de bens de investimento.
No que se refere à variação de preços, a inflação ao produtor ficou evidente na categoria de produtores de mercadorias pela primeira vez em três meses em novembro. Conforme o economista-chefe do HSBC no Brasil, Andre Loes, os números de novembro reforçam a expectativa de que a economia está perdendo força no quarto trimestre. “O que chama a atenção é que as empresas reportaram que preços de insumos e de bens finais subiram ao ritmo mais elevado em sete ou oito meses, provavelmente em função da depreciação cambial nos últimos meses”, afirmou.