A proporção de famílias paulistanas endividadas caiu para 43,8% em novembro, 1,5 ponto porcentual a menos do que o registrado em outubro, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em relação ao mesmo mês de 2013, a queda foi ainda maior, de 8,3 pontos. Segundo a entidade, o resultado é mais baixo desde fevereiro de 2012.
O levantamento mostra que o porcentual de famílias com contas atrasadas caiu principalmente entre aquelas que ganham até dez salários mínimos. Em novembro, o porcentual de endividados dessa classe foi de 47%, 2,8 pontos a menos em relação a outubro. Já entre as famílias que ganham mais de dez salários mínimos, o total chegou a 34,5% no décimo primeiro mês do ano, o equivalente a alta de 2,2 pontos na comparação com outubro.
A pesquisa mostra que, entre as famílias ouvidas, 10,5% possuíam contas em atraso em novembro, “apresentando estabilidade em relação ao mês passado (10,7%)” e queda de 4,3 pontos em relação a novembro do ano passado. De acordo com a FecomercioSP, esse também é o nível mais baixo registrado desde fevereiro de 2012. Entre os que possuem dívidas em atraso, 49% disseram que têm contas vencidas acima de 90 dias; 26,3%, em até 30 dias; e 22,7%, entre 30 e 90 dias.
Apesar disso, o levantamento mostra que aumentou 0,1 ponto ante outubro, para 3,5%, o porcentual das famílias que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas no próximo mês. A proporção, contudo, ainda é menor do que a registrada em novembro do ano passado (4,5%). O principal tipo de dívida continua sendo cartão de crédito (67%), seguido por financiamento de carro (21,2%), carnês (16,8%), financiamento de casa (13,9%), crédito pessoal (12,1%) e cheque especial (6,3%).
Motivos
Economistas da FecomercioSP avaliam, em nota enviada à imprensa, que a queda do nível de endividamento das famílias está relacionada a indicadores macroeconômicos que apontam para um cenário de baixo crescimento, inflação e juros altos, além de menor crescimento da renda do consumidor. Segundo os analistas, nos últimos meses o conjunto desses fatores tem deixado o consumidor mais cauteloso na obtenção de novos empréstimos, reduzindo gradativamente o endividamento.