A taxa básica de juros (Selic) deve encerrar 2014 em 11,75% ao ano, na mediana as projeções, na projeção da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgada nesta terça-feira, 2. A Anbima estima ainda que a Selic deve ficar em 12,50% ao final de 2015 na mediana das projeções com uma taxa média de 12,30% ao ano para o próximo período. A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou nesta terça-feira, indo até a quarta-feira, 3.
Para o dólar, a projeção da Associação é de uma taxa média de R$ 2,34 em 2014, com a cotação da moeda norte-americana em 2,50 no encerramento do ano. Para 2015, a previsão é de que o dólar médio fique em R$ 2,625, encerrando o próximo ano em R$ 2,70. Com isso, a desvalorização cambial projetada será de 6,72% para 2014 e de 8% para 2015, avalia a Andima.
PIB
Na mediana das projeções econômicas divulgadas nesta terça-feira, a Anbima prevê um crescimento de apenas 0,18% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. Para 2015 a estimativa é de uma expansão de 0,60% do PIB.
Para o desemprego, a previsão é de que a taxa média medida pelo IBGE encerrará 2014 em 4,9%, mas que voltará a crescer e atingirá a média de 5,8% em 2015.
Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 6,40% neste ano, mas o indicador de inflação em 2015 deve romper o teto da meta do governo (de 6,5% ao ano) e fechar em 6,61%, diz a Anbima. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve ficar em 3,70% em 2014, segundo a mediana das projeções, e avançar para 5,95% no próximo ano.
A Anbima estima ainda que a balança comercial brasileira deve mesmo encerrar 2014 no campo negativo, com um déficit comercial de US$ 2,2 bilhões, mas voltará a ter superávit, estimado em US$ 4,6 bilhões, em 2015. O déficit deste ano é resultado das exportações em US$ 230 bilhões menos as importações de US$ 232,2 bilhões. Já o resultado positivo do próximo ano sairá de exportações em US$ 233,9 bilhões e importações estimadas em US$ 229,3 bilhões.
Já o setor público deve obter um superávit primário de 0,18% do PIB em 2014 e de apenas 1% do PIB em 2015, na mediana das estimativas da Anbima. Caso as projeções se confirmem para o próximo ano, o superávit primário ficará abaixo de 1,2% do PIB esperado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A Anbima estima ainda um déficit nominal do setor público em 5,3% do PIB em 2014 e de 4,5% do PIB em 2015. A dívida líquida deve variar de 36,1% para 37,45% do PIB e a dívida bruta sairá de 62% para 63,8% do PIB entre os períodos, segundo as projeções da entidade divulgadas hoje.