A Mercedes-Benz confirmou nesta terça-feira, 14, que não vai prorrogar a sua adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que terminou no dia 31 de maio. Lançado pelo governo em julho do ano passado, o instrumento permite que as empresas reduzam as jornadas e os salários dos trabalhadores em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelos cofres públicos, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A Mercedes-Benz foi a primeira montadora instalada no Brasil a aderir ao programa, em setembro do ano passado. À época, ficou combinado que o benefício seria utilizado por seis meses. No fim do período, em fevereiro, a adesão foi prorrogada por mais três meses, terminando no fim de maio. Os trabalhadores tentaram negociar uma nova prorrogação, para evitar que o fim da adesão resultasse em demissões, mas a empresa afirmou que não tinha interesse. O presidente da empresa no Brasil, Phillipp Schiemer, alega que o programa perdeu a sua utilidade para a fábrica.
Para pressionar a montadora, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fez manifestação no dia 1 de junho para pedir a renovação e ameaçou convocar greves caso a empresa realize demissões em massa. No mesmo dia, a empresa abriu um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que vai até o dia 8 de julho. Enquanto isso, o sindicato tem tentado discutir alternativas com a montadora.
O Ministério do Trabalho divulgou ontem um balanço do programa que aponta que, desde a sua criação, 111 pedidos de adesão foram aceitos pelo governo, beneficiando 55,9 mil trabalhadores. As solicitações de prorrogação somam 36, com 23 autorizadas, entre elas a da Mercedes-Benz em fevereiro.