O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou que “com a alta de juros, o BC tenta baixar as expectativas de inflação, no que está correto”. Ele destacou que a “medida mais importante para a economia hoje é o ajuste fiscal, a fim de estabilizar a dívida pública em relação ao PIB”, e depois, à frente, promover sua queda.
“O importante é cumprir a meta de (superávit) primário, de 1,2% do PIB para 2015, e 2% do PIB para 2016 e 2017, com cálculos confiáveis”, disse Meirelles. Para ele, a nova equipe econômica é muito capacitada e deve entregar um resultado fiscal com dados críveis. E credibilidade, ressaltou, é a chave para estimular os investimentos e o crescimento da economia.
Para o ex-presidente do Banco Central, com um ajuste fiscal e monetário sendo adotados, o equilíbrio macroeconômico deve ser resgatado e poderá atender desafios importantes para o desenvolvimento do País, como a geração de energia. Ele fez os comentários em evento de comemoração dos 65 anos do Grupo Coimex.
Um ajuste fiscal claro, detalhado, crível e tido como agenda de governo pode trazer efeitos no médio prazo que podem surpreender, afirmou o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa.
Durante debate de encerramento da série Fóruns Estadão Brasil 2018, na quarta-feira, 3, ele disse que é necessário um anúncio claro do que vai ser feito, com medidas explicadas em detalhes. Segundo ele, isso pode ter um efeito contrativo no “curtíssimo prazo”, mas no médio e longo prazos vão ser muito bons para o crescimento do País.
Para Lisboa, o ajuste deve se tornar uma agenda de governo e não apenas do Ministério da Fazenda. Além disso, pregou a necessidade de acabar com a contabilização de abatimentos e receitas extraordinárias no cálculo do resultado fiscal. Caso contrário, afirmou, o ajuste está “fadado ao fracasso”.
Paulo Leme
O presidente do banco Goldman Sachs Brasil, Paulo Leme, acredita que as medidas que serão anunciadas pela nova equipe econômica terão resultados modestos. Em apresentação ontem a clientes e parceiros da gestora americana Western Asset, Leme afirmou que o ajuste fiscal tende a estancar a deterioração das contas públicas e talvez trazer algum avanço. “Mas, caso as medidas não venham em profundidade e num escopo mais amplo, o resultado será moderado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.