Economia

Câmbio em cenário de referência é de R$ 3,60, aponta Copom

Em ata divulgada nesta quinta-feira, 16, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que mudou sua premissa para o câmbio de R$ 3,55 da ata anterior para R$ 3,60 para formar seu cenário de referência.

Apesar da elevação, o novo valor considerado para o dólar está acima do negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic de 14,25% ao ano mais uma vez. Na quarta-feira passada, o dólar à vista fechou em baixa, a R$ 3,3689, o menor valor desde 29 de julho do ano passado.

O realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais – via alta do dólar – vem sendo apontado pelo BC como um dos principais fatores de pressão para a inflação no curto prazo ao longo de todo o ano passado, ao lado do ajuste de preços administrados ou monitorados pelo governo.

Preços administrados

O Banco Central manteve suas projeções de variação para os preços administrados tanto em 2016 como em 2017. Na ata anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) previa uma elevação de 6,8% para este ano, que permanece no novo documento. Para o mercado financeiro, segundo o último Boletim Focus, a elevação este ano deve ser de 6,94%. O BC diz contar com uma forte desaceleração desses preços em 2016 para levar a inflação para um intervalo de 4,5% a 6,5%.

Para chegar a essa nova variação para este ano, o BC considerou hipótese de alta de 19,7% nas tarifas de água e esgoto, de aumento de 13,6% nos planos de saúde, além de uma queda de 3,5% nos preços de energia elétrica.

Para 2017, a expectativa do Copom apresentada hoje é de uma alta de 5,0% para os preços administrados, a mesma verificada nas últimas três reuniões. Estas previsões ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano.

Déficit primário

Após a aprovação pelo Congresso Nacional de uma déficit primário de até R$ 170,5 bilhões em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) alterou suas premissas para a área fiscal na ata da reunião realizada na semana passada. Agora, o documento considera um resultado negativo de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante um déficit de 1,6% do PIB na ata anterior.

Também devido à divulgação do projeto de lei orçamentária de 2017 enviado ao Congresso ainda pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff, o BC alterou a perspectiva fiscal do próximo ano de um superávit primário de 0,90% do PIB para um déficit de 0,90% do PIB.

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