Economia

Juros futuros fecham em baixa com IPCA-15, apetite a risco e acordo com Estados

Os juros futuros fecharam em baixa ao longo de toda a curva a termo, influenciados pelo IPCA-15 de junho abaixo do esperado, pelo apetite ao risco visto no exterior e pela repercussão positiva do acordo para renegociação da dívida dos Estados. Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, nesta terça-feira, 21, o contrato com Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2017 indicou 13,745%, ante 13,790% no ajuste de ontem, com 226.505 contratos. O DI janeiro de 2018 (142.785 contratos) encerrou em 12,66%, de 12,78% no ajuste anterior, com 142.785 contratos. A taxa do DI janeiro de 2019 (12.990 contratos) caiu de 12,54% para 12,38%. Por fim, o DI janeiro de 2021 (113.505 contratos) terminou em 12,47%, de 12,60%.

O mercado já abriu conhecendo o IPCA-15 de junho, de 0,40%, abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções (0,47% a 0,66%) e que reforçou a percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) já pode ter condições para reduzir a Selic no encontro do dia 31 de agosto. Para a decisão de julho, no entanto, o mercado segue computando chances pequenas para o início do ciclo de quedas da taxa básica.

No exterior, declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e também o aumento das apostas da permanência do Reino Unido na União Europeia, a ser decidida no plebiscito da quinta-feira, 23, alimentaram a demanda por ativos de risco, favorecendo a queda dos juros longos. Yellen, em discurso hoje no Senado, apontou incertezas sobre as perspectivas para a economia dos EUA, previu que as taxas de juros deverão continuar abaixo dos níveis de longo prazo “por algum tempo” e declarou que o Fed espera elevar os juros gradualmente “se os obstáculos diminuírem lentamente” mais adiante.

De volta ao front doméstico, o mercado viu com bons olhos o fechamento do acordo entre a Fazenda e os governadores para renegociação das dívidas. “Avaliamos que o ponto positivo foi a inclusão (aceita pelos governadores) dos Estados na regra do teto de expansão dos gastos pela inflação passada, com reflexos para o recuo dos juros futuros na curva média e longa do DI”, afirmou o economista-chefe da INX Global, Eduardo Velho, em relatório. Velho cita ainda que o impacto de até R$ 30 bilhões nas contas públicas este ano em razão do acordo já estava contemplado na meta de déficit fiscal de R$ 170,5 bilhões.

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