O presidente do Consejo Uruguaio para Relaciones Internacionales (CURI), Sergio Abreu, afirmou que um dos principais desafios do Mercosul é avançar na integração de infraestrutura e de serviços de infraestrutura para agregar valor ao comércio intrabloco. “Nossas potencialidades estão em aproveitar todos os nossos recursos naturais, que é o nosso diferencial”, disse, citando que uma das prioridades do bloco sul-americano poderia ser o projeto da Hidrovia do Mercosul. “Países que têm uma assimetria no escoamento de produção têm que aproveitarem melhor”, completou.
Agustín Castaño, da Prysma E&T Consultores, avaliou que para que haja uma integração energética competitiva na região, tem que se considerar a inclusão da Bolívia e Chile. “Por exemplo, o gás natural liquefeito (GNL) é uma realidade da região. Para se otimizar a oferta de gás regional no Mercosul, poderia se fazer um acordo tripartite entre Bolívia, Brasil e Argentina”, sugeriu.
Segundo ele, a Bolívia ofereceria a matéria-prima e Brasil e Argentina viabilizariam a retirada e distribuição do gás.
Castaño citou também a importância de se trabalhar melhor as energias renováveis no bloco. “Esse tipo de energia já é uma realidade na região. No Uruguai, por exemplo, é grande o uso de energia eólica”, falou. Hoje, conforme ele, há três empreendimentos binacionais, mas que na verdade são interconexões municipais e não são integrados: as usinas hidrelétricas binacionais de Salto Grande (Uruguai-Argentina), Yacyretá (Paraguai-Argentina) e Itaipu (Paraguai-Brasil). “Temos que resolver as pequenas disputas para criar o conceito multilateral na questão energética do bloco”, ressaltou.
Os especialistas participaram do seminário “Juntos Hacia El Mundo”, organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) em parceria com o Consejo Argentino para Relaciones Internacionales (CARI); Consejo Uruguaio para Relaciones Internacionales (CURI); e o Centro Paraguaio de Relaciones Internacionales (CEPEI).