O dólar fechou no maior nível desde abril de 2005 ante o real nesta quinta-feira, 11, impulsionado por uma série de fatores, que incluíram o avanço da moeda americana no exterior, a pressão sobre os preços do petróleo e a divulgação da ata do Copom. No fim da sessão, o dólar à vista subiu 1,49%, para R$ 2,6510, no balcão, marcando o maior patamar de fechamento desde 1º de abril de 2005. O giro de negócios totalizou US$ 1,369 bilhão, sendo US$ 1,352 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para janeiro subia 1,18%, a R$ 2,6620.
A valorização do dólar ante outras divisas internacionais, hoje, refletiu indicadores econômicos dos EUA pela manhã, que vieram melhores que o esperado, além da queda do petróleo, que pressionou principalmente as moedas ligadas a commodities. As vendas no varejo subiram 0,7% em novembro, na comparação com outubro, superando projeções de alta de 0,4%. No mercado de trabalho americano, um relatório apontou que o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu 3 mil na semana passada, a 294 mil, ante expectativa de 300 mil solicitações. Os indicadores americanos também ajudaram a puxar os rendimentos dos Treasuries para cima.
Além do desempenho da moeda americana no exterior, os investidores observaram de perto a divulgação da ata da reunião de política monetária do Banco Central, realizada na semana passada. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, divulgada esta manhã, ponderou que as taxas de crescimento da absorção interna e do Produto Interno Bruto (PIB) se alinharam e que o ritmo de expansão da atividade doméstica será menos intenso este ano, em comparação com o de 2013. O documento repetiu a avaliação de que a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação, mas o horizonte foi reduzido de “no próximo ano”, da ata anterior para “o segundo semestre do próximo ano” agora.
O texto reforçou o pessimismo dos investidores em relação às expectativas econômicas no Brasil. Além disso, alguns operadores destacaram que a ata foi considerada dúbia, ao não fornecer sinais claros sobre o ritmo de aperto monetário que o BC adotará nas suas próximas reuniões.
Em um almoço promovido pela Febraban, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou o conteúdo da ata e voltou a destacar a complexidade da economia internacional. No entanto, de acordo com ele, embora a situação mundial seja complexa, ela “tende a colaborar para a inflação convergir à meta no horizonte relevante”. Segundo Tombini, parte dessa complexidade externa vem, entre outras coisas, do baixo preço do petróleo, que pode acentuar o risco de deflação em economias avançadas e ser um fator de ajuda na convergência dos preços no Brasil.