As previsões das instituições privadas para a atividade doméstica mostraram tendências discrepantes no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central (BC). Para o Produto Interno Bruto (PIB), houve estabilidade das estimativas para 2016 e 2017. No caso da produção industrial, entretanto, foi verificada piora das projeções para este ano e melhora para o próximo.
Conforme o levantamento, o PIB de 2016 será de -3,44%, a mesma variação projetada uma semana antes. Um mês atrás estava em -3,81%. Para 2017, a mediana das previsões do mercado ficou estacionada em +1,00% de um levantamento para o outro. Quatro semanas atrás, a pesquisa apontava alta de 0,55%.
A estimativa para a produção industrial deste ano, por sua vez, saiu de queda de 5,85% para recuo de 5,89% – um mês atrás, estava em -6,00%. Para 2017, no entanto, a previsão ainda continua no terreno positivo (0,80%) e mais robusta do que no levantamento passado (0,67%). Quatro semanas atrás estava em +0,90%.
Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016, a mediana das previsões piorou, saindo de 43,25% para 43,70% de uma semana para outra. Um mês atrás, estava em 42,00%. No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas caíram de 48,00% para 47,95%, mais próximas um pouco da projeção apontada um mês atrás, de 46,95%. Amanhã, o BC apresentará sua projeção atualizada para o PIB no Relatório Trimestral de Inflação.
Balança comercial
Após as revisões do Banco Central (BC) para as contas do setor externo deste ano, poucas mudanças foram vistas para o segmento no Relatório de Mercado Focus, divulgado pela instituição. Para a balança comercial, o mercado financeiro continua a prever um superávit de US$ 50,76 bilhões como na semana passada – um mês atrás estava em US$ 50,00 bilhões. Pela mais recente estimativa do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 50 bilhões.
Para 2017, as estimativas voltaram para US$ 50,00 bilhões, após terem atingido a cifra de US$ 50,07 bilhões na semana passada. Há um mês (por 10 semanas), a mediana ficou congelada exatamente em US$ 50 bilhões para o ano que vem.
No caso das previsões para a conta corrente, as previsões para 2016 continuam de um déficit de US$ 15,00 bilhões, como na edição anterior. Um mês atrás, estava em US$ 17,20 bilhões. O patamar de US$ 15 bilhões de déficit também foi a nova previsão do BC, que até três meses atrás contava com um rombo de US$ 25 bilhões. Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro de déficit de US$ 12,00 bilhões foi mantida de uma semana para outra. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 14,93 bilhões.
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será bem mais do que suficiente para cobrir esse resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para esse indicador em 2016 subiu de US$ 60,00 bilhões para US$ 60,50 bilhões – estava em US$ 58,64 bilhões um mês antes. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas permaneceu em US$ 60,00 bilhões pela nona semana consecutiva. Nas revisões promovidas pelo BC na última sexta-feira, a perspectiva é de ingresso de US$ 70 bilhões de IDP no País este ano – a estimativa anterior era de US$ 60 bilhões.