Embora a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada no dia 16 tenha informado que a estimativa para o IPCA de 2017 no cenário de referência tinha chegado exatamente no objetivo perseguido pela autoridade monetária, ou seja, 4,5%, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) traz previsão diferente. Divulgado há pouco pelo Banco Central, o primeiro documento do BC presidido por Ilan Goldfajn trouxe a projeção de que o IPCA do próximo ano ficará em 4,7%. No RTI de março, essa projeção estava em 4,9%.
Pelo cenário de mercado, a taxa projetada passou de 5,4% para 5,5%. A estimativa da autoridade monetária, portanto, está menos próxima da meta do ano que vem, de 4,5%, que tem como teto uma taxa de 6,0%. Depois de amanhã, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá para definir a meta de 2018 e referendar – ou não – a do ano que vem. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, concederá sua primeira entrevista coletiva logo mais, às 11 horas, e a expectativa é de que dê alguma sinalização sobre sua posição sobre o assunto. Seu antecessor, Alexandre Tombini, dizia que o trabalho do BC era levar a inflação para a meta em 2017.
Para o primeiro trimestre de 2017, o IPCA deve ter alta de 5,9% segundo o RTI. No segundo, a taxa projetada pelo BC é de 5,2% e, no terceiro, de 5,0%. Todas as estimativas são do cenário de referência. No cenário de mercado, a expectativa do BC é que o IPCA fique em 6,1% ao final do primeiro trimestre, passe para 5,6% no segundo e no terceiro, encerrando o ano em 5,5%. No Relatório de Mercado Focus, a mediana das previsões para o IPCA de 2017 está congelada em 5,50% há seis semanas.