Os juros futuros tiveram um forte ajuste de taxas nesta terça-feira, 28, em reação ao Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do segundo trimestre e a entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. As taxas curtas dispararam e as longas fecharam em queda, refletindo a percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve iniciar o ciclo de queda da Selic já nos próximos meses, como era esperado.
Na curva a termo, as apostas de corte do juro básico, hoje em 14,25%, no encontro de julho foram apagadas e a chance de baixa no encontro de agosto foi reduzida de cerca de 100% ontem para 70%, segundo fontes da área de renda fixa.
Em sessão de forte volume de negócios, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (364.685 contratos) fechou a etapa regular na máxima de 13,840%, de 13,650% no ajuste de segunda-feira.
O DI janeiro de 2018 (445.055 contratos) subiu de 12,53% para 12,68%. O DI janeiro de 2019, que girou 293.475 contratos, terminou em 12,22%, na mínima, ante 12,19%. O DI janeiro de 2021 fechou na mínima de 12,07%, ante 12,23% no ajuste anterior, com 234.485 contratos.
No relatório, o BC diz que “adotará as medidas necessárias de forma a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017”, esvaziando o debate sobre um possível ajuste no horizonte de convergência que permeou o mercado nas últimas semanas.
Para o fim de 2017, o RTI ainda prevê uma inflação de 4,7% no cenário de referência. Por isso, o documento manteve a avaliação de que “o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”.
Na entrevista, Ilan fez questão de enfatizar que o objetivo do BC é atingir os 4,5% em 2017, que ele classificou de “ambicioso e crível ao mesmo tempo”, e descartou um possível ajuste de meta, como também o mercado vinha cogitando.