O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 18,125 bilhões em maio, conforme informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central. Em abril, o resultado havia sido positivo em R$ 10,182 bilhões e, em maio de 2015, foi registrado déficit de R$ 6,900 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou acima das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de déficit de R$ 17,5 bilhões a R$ 13,5 bilhões, com mediana negativa de R$ 15,2 bilhões.
O número de maio foi composto por um déficit de R$ 17,766 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 212 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 573 milhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 785 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 147 milhões.
O déficit primário considerado pelo governo é de 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 170,5 bilhões. Na terça-feira, o BC revisou sua estimativa para 2,60% do PIB com a mudança na previsão para o crescimento do País. Na semana passada, o governo federal renegociou as dívidas com os Estados.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a renegociação da dívida já está dentro do déficit de R$ 170,5 bilhões.
2016
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 13,714 bilhões nos primeiros cinco meses do ano, conforme o Banco Central. A quantia representa 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia superávit primário no valor de R$ 25,547 bilhões ou 1,06% do PIB. No acumulado de janeiro a abril, o superávit estava em R$ 4,411 bilhões.
O resultado fiscal no acumulado deste ano até maio foi obtido com um déficit de R$ 23,531 bilhões do Governo Central (0,94% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 11,201 bilhões (0,45% do PIB). Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 10,982 bilhões, os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 219 milhões (0,01% do PIB). As empresas estatais registraram um déficit de R$ 1,385 bilhão nos primeiros cinco meses deste ano (0,06% do PIB).
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 150,510 bilhões em 12 meses até maio, o equivalente a 2,51% do PIB. Esse porcentual continua a ser o maior da série histórica do BC iniciada em dezembro de 2001. Segundo o Banco Central, portanto, o esforço fiscal piorou em 12 meses em relação ao período encerrado em abril, quando estava em 2,33% do PIB (R$ 139,285 bilhões).
No fim de março, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, mudou o discurso e informou que o impulso fiscal já era expansionista, o que depois passou a constar oficialmente nos documentos da instituição. Ele deixou a instituição nesta quarta-feira, conforme informação do Diário Oficial da União.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em maio pode ser atribuído praticamente todo ao rombo de R$ 146,842 bilhões do Governo Central (2,45% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 1,648 bilhão (0,03% do PIB) em 12 meses até maio. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 3,822 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 2,174 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 5,317 bilhões no período.