Economia

FI-FGTS libera R$ 303,7 milhões para Alupar e Ventos de São Clemente

O comitê de investimento do fundo que usa dinheiro do FGTS para aplicar em infraestrutura deu sinal verde para aportes de R$ 303,7 milhões para o setor de energia. Em reunião do colegiado nesta quarta-feira, 29, o comitê ampliou em até R$ 123,7 milhões a participação na Alupar, holding que atua nos segmentos de transmissão e geração de energia elétrica. Também foi aprovado o financiamento de até R$ 180 milhões, por meio de emissão de debêntures, para a Ventos de São Clemente.

O FI-FGTS fechou com 14% de participação na Alupar em 2015. A empresa, com capital de R$ 1,6 bilhão, é controlada pela Guarupart Participações, comandada por Paulo Godoy, ex-presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura (Abdib). No ano passado, teve lucro líquido de R$ 209,2 milhões, queda de 42,3% sobre o resultado de 2014.

Os recursos para a Ventos de São Clemente serão usados para a implantação de oito parques eólicos em Pernambuco, no entorno dos municípios de Caetés, Capoeiras, Pedra e Venturosa. A Ventos é uma companhia de capital fechado, controlada pelo Fundo de Investimentos em Participações Salus, que por sua vez tem como controlador o Fundo de Investimento Multimercado Salus. O restante do capital é da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco).

O comitê de investimento do FI-FGTS adiou novamente a decisão sobre o aporte de até R$ 1 bilhão para a Energimp, geradora de energia do grupo argentino Impsa. Com a injeção de recursos na empresa, o FI-FGTS – que atualmente detém 45% da empresa – seria o controlador da companhia. A participação dos argentinos cairia para 15%. Segundo o último dado disponível, as ações do fundo na empresa somam R$ 460 milhões.

O assunto já tinha sido suspenso na reunião de abril para que se avançasse nas negociações com os credores da Wind Power Energia (WPE), a outra empresa do grupo por meio da qual a Impsa fez os investimentos na Energimp, e com os fornecedores dos geradores.

Em 2010, o fundo desembolsou R$ 500 milhões para ter 45% de participação na companhia de capital fechado, que tem parques eólicas no Ceará e em Santa Catarina.

A entrada do fundo tinha o objetivo de dar fôlego para o ambicioso plano de investimento do grupo argentino no Brasil. Com a derrocada da Impsa, que chegou a declarar calote à Comisión Nacional de Valores (CNV, equivalente à CVM), o FI-FGTS orquestra, há um ano, uma solução para tirar o controle acionário da Energimp das mãos dos argentinos. O saldo negativo que a WPE reconheceu junto aos bancos chegou a quase R$ 650 milhões.

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